Metroviários e entidades solidárias realizaram, no dia 12 de fevereiro, um ato em solidariedade às vítimas do acidente do Metrô de São Paulo. No dia em que completava-se um mês do desastre, cerca de 100 pessoas se concentraram no acesso à estação Sé e falaram à população que passava pelo local. O protesto foi organizado pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo, junto com o “Movimento contra a privatização da Linha 4 do Metrô (PPP), pela transparência nas investigações e punição dos responsáveis pelo acidente da futura estação Pinheiros”.

A principal reivindicação do movimento é pelo fim da privatização e das Parcerias Público-Privado de conjunto, independente de esta se dar no âmbito municipal, estadual ou federal. O resultado desses acordos é sempre nefasto e se expressa na precarização do trabalho, na entrega do Estado para multinacionais, na má qualidade dos serviços prestados. Em São Paulo, infelizmente, se concretizou no acidente da Linha 4, com 8 vítimas fatais. “Colocaram o interesse do lucro acima do interesse da vida”, disse Alexandre Leme, membro da minoria da direção do Sindicato dos Metroviários e militante do PSTU.

Os manifestantes exigem, ainda, a paralisação total das obras da Linha 4, que só pararam no local do acidente. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Flávio Godói, disse que deve haver uma auditoria fiscal em todos os trechos para que se garanta que não risco de ocorrerem novas tragédias. Segundo ele, a entidade vem desde 2005 alertando para o problema, inclusive solicitando audiências sem que tenha tido retorno.

Alguns deputados estiveram presentes e defenderam a criação de uma CPI. Entretanto, Alexandre Leme alertou para a ineficácia de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. “Infelizmente, a maioria dos deputados tem financiamento das empreiteiras nas suas campanhas eleitorais e a CPI vai acabar em pizza”, disse ele. Para ele, a saída é a mobilização daqueles que trabalham e que usam o Metrô, exigindo o fim das PPPs. Ele falou ainda sobre o PAC, que prevê uma larga ampliação das parcerias e acelera o processo de privatização de estatais como o Banco do Brasil, por exemplo.