Redação

Movimento Juntos e Misturados

Dezenas de operários e operárias da Construção Civil de Fortaleza, no Ceará, reunidos na plenária do movimento Juntos e Misturados na ultima sexta-feira, 23 de fevereiro, decidiram lançar uma chapa do movimento à eleição do sindicato que ocorrerá em maio deste ano.

O movimento Juntos e Misturados surgiu para organizar o peão de base nos canteiros de obras e defender a história de luta que tem o sindicato, com independência política frente aos patrões e aos governos. São operários de várias obras que foram linha de frente na greve do ano passado e que estão na cabeça das mobilizações que acontecem em vários canteiros.

A plenária iniciou com um debate sobre a campanha salarial que já começou e que está esquentando dentro dos canteiros de obras. Com uma greve de 20 dias no ano passado a categoria impediu que os patrões retirassem uma série de direitos. O clima na plenária era de manter a luta para impedir que os patrões apliquem a reforma trabalhista e pela manutenção da convenção coletiva da categoria, além de exigir um aumento de 8% nos salários, a cesta bésica de R$ 160 e o conjunto da pauta de reivindicação aprovada em assembleia. A campanha salarial vai ser cruzada pela eleição do sindicato, mas o movimento Juntos e Misturados assume o comprimisso de ter como seu centro a construção de uma forte luta para derrotar os patrões e impedir que apliquem a reforma.

Definimos também que devemos manter firme a nossa luta contra a reforma da Previdência e pra botar pra Fora o Temer e todos os corruptos do Congresso Nacional e a batalha encabeçada pela nossa central, a CSP-Conlutas, pela construção de uma nova Greve Geral no país que enterre de uma vez por todas os ataques dos políticos que governam para os empresários.

A plenária seguiu discutindo a eleição do sindicato e decidiu por unanimidade que o movimento Juntos e Misturados vai apresentar chapa própria na eleição para defender a tradição de luta do sindicato e para defender a CSP-Conlutas. Não foi possível compor uma chapa única da CSP-Conlutas porque no último dia 21 de fevereiro já se inscreveu uma chapa para a eleição composta por ativistas do MAIS, que também compõem a CSP-Conlutas, e do PCB, que não defendem a nossa central. Achamos que foi um grave equívoco dos companheiros do MAIS que optaram por dividir a CSP-Conlutas na eleição.

Por outro lado, um grupo chamado “É NÓS” já se definiu por lançar sua chapa apoiados pela CUT, uma central traidora que, com a divisão irresponsável da CSP-Conlutas pelo MAIS, está com a esperança de voltar para o sindicato após quase quinze anos que foram varridos da categoria por se aliar com governos e patrões contra os trabalhadores.

Nessas condições, a opção do movimento Juntos e Misturados, foi de levantar a bandeira por um sindicato de luta, sem rabo preso com os patrões, com os governos ou com qualquer alternativa que coloque em risco a nossa independencia de classe. Um sindicato em que prevaleça a democracia operária e em que seja linha de frente na construção da nossa central sindical, a CSP-Conlutas.

Nossa chapa, que estará sendo inscrita essa semana, e que realizará seu ato de lançamento na próxima sexta-feira, 2 de março, carrega nos ombros a tradição de luta dos operários da construção civil de fortaleza combinada com o vigor dos jovens operários que querem levar adiante essa história e com a força das mulheres operárias que tomam a frente nos piquetes e greves.

Nossa chapa carrega a história daqueles que romperam com a CUT porque não aceitava em hipótese alguma levar em nossos sindicatos uma política de conciliação de classes e que construíram a CSP-Conlutas para apresentar aos operários um projeto independente dos trabalhadores. A chapa do Juntos e Misturados é para lutar e para organizar a peãozada para derrotar os patrões.