Adesivo da campanha

Carta pede que artistas do evento, como Rita Lee, denunciem violência homofóbica. Ato será realizado a partir das 16h deste sábadoA onda de violência homofóbica em São Paulo virou notícia no país inteiro, e os Movimentos Contra a Homofobia resolveram dar um basta nesta situação. É sabido que São Paulo expressa uma situação vigente no país inteiro. A agressão ocorrida ao militante do PSTU Guilherme Rodrigues provocou uma importante reação e unidade dos movimentos.

Nesse sentido, neste sábado, 16, entidades, organizações e ativistas vão “invadir” a Virada Cultural, um evento que acontece todo ano na capital paulista. São 24 horas de apresentações de teatro, música, dança e todo tipo de arte. Os diversos movimentos, entre eles o setorial LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) da CSP-Conlutas, se juntaram e escreveram uma carta endereçada aos artistas que se apresentarão na Virada, sugerindo que eles se manifestem contra a discriminação homofóbica.

A própria Virada tem sido palco desse tipo de violência. A ideia é fazer do evento um espaço “contra o preconceito e todo o tipo de discriminação e violência”, diz a carta. O texto também lembra bem que “esta é uma luta na qual, historicamente, artistas têm tido um papel fundamental e que, hoje, mais uma vez a sua voz se faz necessária”.

Antes do início da Virada, que acontece às 18h, haverá um “aquecimento” para os shows. Será um ato, às 16h, na Avenida Vieira de Carvalho, ao lado do monumento do Índio Caçador, estação República do metrô.

Nós, do PSTU estamos participando ativamente dessa luta e convocando para o ato. Abaixo, leia a íntegra da carta aos artistas.

CARTA ABERTA AOS ARTISTAS

É hora da Virada, chega de Homofobia!
Basta de Violência! Basta de impunidade para os agressores!

Nós, organizações e ativistas da luta anti-homofobia, queremos fazer um convite a transformarmos a Virada Cultural em um espaço contra o preconceito e todo o tipo de discriminação e violência. Esta é uma luta na qual, historicamente, artistas têm tido um papel fundamental e que, hoje, mais uma vez a sua voz se faz necessária.

No último período, temos assistido a uma escalada da violência e ações de guangues homofóbicas, racistas e sexistas, em episódios cujas frequência e gravidade exigem de todos uma reação. A lista parece não ter fim: manifestações públicas de grupos neonazistas, lâmpadas estouradas no rosto de homossexuais, soco inglês e até bombas caseiras.

A onda de agressões na região da Paulista e Augusta continuou, como no caso do ativista Guilherme Rodrigues, atacado no final de março. A ponto de a polícia especializada considerar hoje a região como uma “Faixa de Gaza”.

Isto tudo, no entanto, é apenas a ponta de um verdadeiro “iceberg” já que existem tantos outros casos que se perdem no silêncio cotidiano, sem alcançar repercussão. A própria Virada Cultural, um momento de alegria, tem sido palco de inúmeros ataques homofóbicos, quase sempre ignorados ou tomados como “brigas”, e registrados como “lesão corporal”.

Temos tentando reagir a tudo isto através protestos permanentes. Mas, acreditamos que esta batalha só será vitoriosa quando conseguirmos a solidariedade ativa dos que não acham que agressões assim possam ser consideradas normais. Agora, é preciso que todos repudiem o preconceito, tanto o das esquinas quanto o que se encontra nos corredores do Congresso, em gente como o fascista Bolsonaro, e suas lamentáveis declarações racistas e homofóbicas.

Nossa maior ameaça é o silêncio, o medo. E contra isso, vocês, artistas, podem cumprir um papel muito importante. Nesta Virada Cultural, convidamos todos os grupos, coletivos e artistas que estarão no evento a levantarem sua voz, usarem sua arte ou de qualquer outra forma manifestarem seu apoio à luta pela liberdade de expressão e pela diversidade da experiência humana, contra qualquer forma de violência.

Seria fantástico se na abertura de cada peça de teatro, se num gesto da coreografia, na improvisação da performance, cada um de vocês se juntasse a nós (gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros, negros, mulheres e todo este arco-íris que forma a espécie humana) num grito que se faça ouvir em todos os cantos: BASTA!

Criatividade vocês têm de sobra. Então, só precisamos de sua solidariedade. Faça um gesto. Dê uma palavra. Algo muito simples, mas que, com certeza, fará muita diferença na vida de muita gente que não quer mais o silêncio.

É hora da Virada, chega de Homofobia e preconceito! Basta de Violência! Basta de Impunidade!

Para mais informações, entre em contato, através deste e-mail ou dos seguintes:

MOVIMENTOS CONTRA HOMOFOBIA
[email protected]

CSP-Conlutas:

GT GLBT (CSP-Conlutas)

ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes)