Versão original será exibida pela primeira vez no Brasil, nesta quinta-feira, 3O clássico russo O Encouraçado Potemkin (1925), de Sergei Eisenstein, ganha versão restaurada que inclui, pela primeira vez, cenas censuradas e o discurso de abertura de Leon Trótski, suprimido pelo governo de Josef Stálin. O trabalho de reconstituição levou dois anos e foi conduzido pelo Instituto de Cinema Britânico e entidades russas e alemãs. Correções também foram feitas na famosa seqüência da grande escadaria no porto de Odessa, onde ocorreu a matança dos amotinados, também alvo da censura russa da época do lançamento.

Feito sob encomenda para comemorar os 20 anos da Revolução Soviética, o filme fixa-se no motim dos marinheiros de 1905, que se rebelaram contra a tirania de seus comandantes e assumiram o controle do navio de guerra Potemkin. O estopim do motim deu-se quando foi dada carne estragada aos marinheiros. Muitos se recusaram a comer e os oficiais do navio decidiram executar os rebelados. A situação, então, sai de controle. Momentos antes do fuzilamento, um marinheiro grita para os soldados encarregados da execução e pede para que pensem e decidam se estão com os oficiais ou com os marinheiros. Os soldados hesitam e abaixam suas armas. Louco de ódio, um oficial tenta agarrar um dos rifles e provoca uma revolta no navio, dando início a uma grande tragédia.Versão reconstruída com música (1926) de Edmund Meisel para a versão alemã, com adaptação e orquestração (2005) de Helmut Imig. A reconstrução 2005 foi realizada sob a direção de Enno Patalas com a colaboração de Anna Bohn, num projeto de iniciativa da Kulturstiftung des Bundes, com a colaboração do Bundesarchiv-Filmarchiv, Berlim, British Film Institute, Londres, Filmmuseum München e Gosfilmofond of Russia, Moscou, sob a direção geral da Stiftung Deutsche Kinemathek – Filmmuseum Berlin.

Orquestra Jazz Sinfônica
A Orquestra Jazz Sinfônica acompanha a exibição da versão restaurada de O Encouraçado Potemkin – clássico de 1925 dirigido por Sergei Eisenstein – a convite da 29ª Mostra, executando ao vivo a música de Edmund Meisel, especialmente composta em 1926, por ocasião do lançamento do filme na Alemanha. A adaptação e orquestração da música no relançamento do filme no Festival de Berlim em 2005, marcando o 80º aniversário da obra-prima de Eisenstein, é de autoria de Helmut Imig.

Criada em abril de 1990 por Arrigo Barnabé e Eduardo Gudin, a Jazz Sinfônica vem se destacando no cenário musical brasileiro por sua originalidade e versatilidade, além da capacidade de encantar as mais variadas platéias com seu alto nível musical. Seus 85 integrantes compõem uma perfeita junção entre uma orquestra clássica e uma big-band popular. Seus músicos incluem vários nomes que alcançaram sólida reputação como solistas ou integrantes de grupos de destaque, tanto na música popular como na erudita. À frente da orquestra está o Maestro João Maurício Galindo, que passeia com desenvoltura e habilidade nas mais diversas formas musicais, nunca se fixando num só gênero ou estilo.

Um dos corpos estáveis do Centro de Educação Musical “Tom Jobim“, dirigido por Clodoaldo Medina, ligado à Secretaria de Estado da Cultura, a Orquestra Jazz Sinfônica desempenha papel fundamental no resgate da tradição das grandes orquestras populares, ocupando posição de destaque no cenário musical brasileiro.

FICHA TÉCNICA
diretor: Sergei M. Eisenstein
roteiro: Nina Agadzhanova
fotografia: Vladimir Popov, Eduard Tisse
montagem: Sergei M. Eisenstein, Grigori Aleksandrov
elenco: Aleksandr Antonov, Vladimir Barsky, Grigori Aleksandrov,Ivan Bobrov, Mikhail Gomorov, Aleksandr Levshin.
produtor: Jacob Bliokh
produtora: Goskino / Mosfilm
75 minutos, p&b, 35mm

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