Márcio Vicente Góis, o Preto Ghoez

O rapper maranhense Preto Ghóez dedicou sua vida à organização do Hip HopMárcio Vicente Góis, o Preto Ghoez, de 32 anos, faleceu num acidente de carro, no dia 10. Ativista do movimento hip hop há vários anos, Ghoez dizia ter iniciado sua atuação influenciado pelas músicas dos Racionais MC e pela biografia de Malcolm X (com cujo nome batizou seu filho).

Dentro do hip hop, militou por oito anos, a partir de 1993, no Quilombo Urbano, de São Luís (MA), uma das organizações mais politizadas e atuantes do movimento, e fez parte de vários outros grupos, como o Skina e o Milícia Neopalmarina. Mais recentemente, estava no Clanordestino, que recentemente lançou o CD A peste negra do Nordeste.

Sintonizado com vários aspectos da vida do país, Ghoez estava finalizando o livro Sociedade de barra e articulando o MOHOB (Movimento Hip Hop Organizado do Brasil), além de militar no Favelafro, uma organização que surgiu de uma ruptura – provocada por questões políticas fonográficas – de parte do Quilombo Urbano e do Clanordestino.

Uma das últimas iniciativas de Ghoez, foi a participação em uma reunião com Lula e outras expressões do hip hop, no início do ano, que provocou uma série de críticas de setores contrários ao atrelamento do movimento aos projetos do governo e abriram uma intensa polêmica sobre o tema.

Polêmicas que, contudo, não fizeram com que fosse esquecida sua importante atuação guerreira na construção do hip hop e na organização da juventude negra e favelada na luta tanto contra o racismo quanto contra o sistema.
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