Moradora conta que neta precisa ir ao médico com frequência
Rodrigo Noel

Empresa é responsável por poluir águas e ar, deixando moradores doentesAos gritos de “Fora já, TKCSA!” e com máscaras no rosto, moradores de Santa Cruz e região, no Rio de Janeiro, organizaram um ato em frente à Secretaria Estadual de Meio-Ambiente. O protesto foi organizado junto com parlamentares de esquerda, sindicatos, entidades estudantis e associações de moradores. O ato contou com a presença de cerca de 100 pessoas.

A siderúrgica tem sido alvo de diversas denúncias de desrespeito ao meio-ambiente. As mais recentes dão conta de poluição no ar por um pó escuro que cai sobre as casas da região. Uma moradora que tem uma árvore no quintal de sua casa levou até o ato uma folha coberta com uma camada muito espessa de um pó muito escuro para comprovar a situação.

Um morador em sua intervenção declarou que o secretário do Meio Ambiente, Carlos Minc,“parece estar em constante campanha eleitoral prendendo bois pelo estado. Nós somos gente, merecemos atenção!”. Durante as intervenções, a maior parte das denúncias eram sobre a quantidade de pó no ar e a poluição das águas, além da violenta repressão e até mesmo assassinatos de lideranças populares que resistem à destruição da natureza.

Rodrigo Noel

Uma senhora, moradora de Santa Cruz há 50 anos, também deu seu recado: “Fui criada ali, minha filha foi criada ali, meus netos são criados ali. Desde que a CSA abriu os tanques, minha netinha de 3 anos vai constantemente ao médico.”

Outra denúncia é de que os médicos da rede pública local não podem fornecer parecer de doenças respiratórias sob pena de perderem gratificações. A população da região tem que se deslocar para outras áreas do Rio para tentar obter um laudo coerente e tratamento adequado.

Nesta terça-feira, 1º, ocorrerá um novo ato. Dessa vez será em frente à TKCSA, em Santa Cruz, como protesto pela morte de um trabalhador.