Henrique Santos

Os moradores município de Marituba, que fica na região metropolitana de Belém (PA), estão sofrendo com o mau cheiro do lixão a céu aberto. Com o descaso dos governos Estadual e Municipal, a população ainda teme a contaminação da água na região.

O lixão de Marituba foi aberto em 2015 depois do fechamento do antigo lixão do Áura, que por muitos anos recebeu o lixo de toda região metropolitana. Com o fechamento do lixão, as prefeituras des Marituba e de Belém fizeram um acordo para tratar o problema dos resíduos na região, conforme exige a Lei Nacional de Resíduos Sólidos. Segundo a lei, cabe ao poder público gerenciar os resíduos sólidos, fiscalizar as responsabilidades de quem os gera e aplicar possíveis punições em caso de descumprimento da lei.

Mas a realidade mostra que não é isso que está acontecendo. O lixo é despejado diretamente no solo, sem qualquer separação entre recicláveis e orgânicos. O odor já está se espalhando por toda cidade, trazendo transtornos para a população local. Já há, inclusive, muitos casos de pessoas que estão passando mal com doenças respiratórias e quem mora no entorno está preocupado com a contaminação do ar, da água e do solo. A empresa responsável pelo lixão, a Revita Engenharia S/A, não demonstra nenhum interesse em melhorar a situação do lixo e não está nenhum pouco interessada em mudar essa situação.

Nos últimos meses os moradores fizeram manifestações contra a empresa Revita e as prefeituras de Belém e Marituba, reivindicando o fim do lixão. No entanto, ainda não tiveram nenhuma resposta. Os moradores continuam sofrendo com as mazelas provocadas pelo impacto ambiental que este lixão vem causando.

Meio ambiente sustentável não combina com o capitalismo
Em diversos municípios, de todas as regiões do país, os governos não demonstram nenhum compromisso com o tratamento dos resíduos e com a população. Estão preocupados apenas em manter seus lucros, mesmo que isso custe a destruição do meio ambiente. O uso irracional dos recursos naturais tem provocado impactos em proporções gigantescas. Voltada para os lucros imediatos, a exploração capitalista se move por uma lógica de curto prazo, o que é incompatível com o tempo de recuperação da natureza.

Desde seu inicio, o capitalismo destrói o meio ambiente de diversas formas: o desmatamento das florestas pelo agronegócio e a poluição do ar pelas grandes indústrias são exemplos do que contribuí para mudança climática global. Além disso, tivemos recente foi a maior tragédia ambiental da historia do Brasil, em Mariana (MG), com o rompimento da barragem de rejeitos do Fundão. Ao todo, foram despejados 55 bilhões de litros de lama tóxica que soterraram o distrito de Bento Rodrigues. Sem qualquer esquema de emergência providenciado pela mineradora Samarco, o desastre deixou 7 mortos e 12 desaparecidos, além de acabar com Rio Doce.

As causas de toda a degradação e superexploração dos recursos naturais só terão fim quando a base da produção deixar de ser a obtenção de lucro. Ou seja, quando o capitalismo deixar de existir. A partir de então, a exploração dos recursos naturais poderá se dar de forma sustentável, sem degradação, sem superexploração. E por um simples motivo: o objetivo não será a superprodução para obtenção de lucro, mas a satisfação das necessidades da população e manutenção dos meios de vida.

Pela salvação do meio ambiente, o capitalismo deve morrer!