Passo a passo de uma revoltaSábado (18/06)
Morreu no fim da tarde Natália Maria Firmino, sobrinha de uma das lideranças comunitárias do Bairro do Pires, em Congonhas-MG, vítima de (mais um) atropelamento na BR 040. Além de Natália, uma moradora do bairro ficou ferida em acidente e teve de ser internada. Logo após, moradores da comunidade iniciam uma verdadeira rebelião com o fechamento da BR e queimas de pneus que durou mais de sete horas, sendo o trânsito liberado por volta das 02h15, de madrugada, depois de uma demorada intervenção por parte do prefeito Anderson Cabido (PT).

A PM ameaçou várias vezes acionar o batalhão de choque, mas teve que recuar diante da revolta dos moradores. Foi garantida para a tarde da segunda (20/06) reunião de lideranças da comunidade com o DNIT em BH.

Segunda (20/06)
Às 16h, ocorre reunião entre representantes da comunidade, Anderson Cabido, prefeito de Congonhas, e o presidente do DNIT em BH. Os moradores responsabilizaram o poder público em suas três esferas pelas tragédias ocorridas na rodovia exigindo soluções com prazos definidos para o problema (a comunidade exige passarela além dos redutores de velocidade). Tanto o DNIT quanto o Anderson, responderam negativamente às exigências da comunidade se limitando a propor a construção de lombadas nos trechos mais críticos.

Terça (21/06)
Comunidade recebe a visita de representante do DNIT, que ao analisar o local do acidente constata que é inviável a construção de lombadas, por se tratar de uma curva feita em alta velocidade pelos veículos.

Quarta (22/06)
Por volta das 15h a comunidade voltou a BR e por lá ficou em torno de 2 horas. Novamente os moradores responsabilizaram ao poder público (DNIT e Prefeitura) e às grandes empresas a todos os problemas que a comunidade enfrenta, e exigir o comprometimento público para a construção de passarelas na comunidade.

O prefeito Anderson Cabido, em vez de assumir sua responsabilidade e usar toda a sua influência para resolver o problema, prefere ficar em um jogo de empurra empurra, argumentando que a responsabilidade seria do DNIT e do governo federal. No entanto, a comunidade mobilizada sabe que o que impede que suas exigências sejam atendidas é a falta de vontade política das autoridades e não a jurisdição legal da BR.

Próximos Passos:
Os moradores, juntamente com o Sindicato Metabase Inconfidentes, representante dos trabalhadores da Mineração, informaram que vão continuar na luta. Eles estão preparando materiais de esclarecimento para serem distribuídos à população da cidade e vão continuar pressionando as autoridades para que as medidas de segurança necessárias sejam tomadas.

O PSTU vem participando desta luta através de seus militantes na cidade de Congonhas, tanto no bairro do Pires quanto no Sindicato Metabase Inconfidentes.

Responsabilizamos o prefeito Anderson Cabido, bem como os governos federal e estadual pelas mortes que vêm acontecendo na BR-040. Em vez de responsabilizar as demais esferas de governo, estes deveriam se unir em uma parceria para resolver imediatamente a situação, assim como fazem para entregar obras às vésperas das eleições.

Nos somamos aos moradores do Pires e de Congonhas, exigindo:

  • Chega de acidentes e mortes da BR-040!
  • Pela imediata construção de passarelas, viadutos e túneis na região, para garantir a segurança da população!
  • Duplicação da BR e fim do tráfego de caminhões pesados das empresas mineradoras nas áreas urbanas!