O argumento usado pela direção da Volks para implementar as demissões em São Bernardo do Campo é de que a empresa precisa se “modernizar”. Afirmam que a linha de produção da empresa é ultrapassada e que a adoção de novas tecnologias permitirá a redução dos postos de trabalho.

A Volks é um exemplo de como o avanço tecnológico é tratado pelo capitalismo na sua versão neoliberal. Novas tecnologias (especialmente a utilização generalizada de computadores) e formas de organização do trabalho, com a reestruturação produtiva, aumentaram bastante a produtividade do trabalho. Ou seja, menos horas de trabalho são necessárias agora para produzir mais. Esses avanços poderiam servir para a melhoria da qualidade de vida da humanidade, pois os trabalhadores teriam suas jornadas de trabalho reduzidas (sem a redução de salários) e, assim, terem mais horas dedicadas ao lazer, ao enriquecimento cultural e à atuação política na sociedade.

Mas, sob o capitalismo, o avanço tecnológico é utilizado somente em benefício dos patrões. Ao invés de diminuir as horas de trabalho e contratar mais funcionários, os empresários demitem os trabalhadores e os superexploram para aumentar seus lucros.

O pleno emprego poderia ser garantido através da redução da jornada de trabalho, uma vez que a capacidade produtiva atual permite atender a praticamente todas as necessidades materiais da sociedade.

Não existe nenhum argumento que mude a lógica do capitalista: se pode lucrar mais, com menos empregados, é o que vai acontecer. Além disso, a existência de muitos desempregados pressiona os que ainda continuam empregados a não brigar por aumentos salariais, para não perder seus empregos.

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