Estudantes têm sido a vanguarda na luta pela redução de tarifas, pelo passe-livre e nas denúncias de desmandos nos transportesSe o descaso dos governantes com o transporte público e a máfia empresarial tomam conta do setor, os estudantes, em diversas cidades têm sido a vanguarda na luta pela redução de tarifas, pelo passe-livre e nas denúncias de desmandos nos transportes de suas respectivas cidades.

Em maio deste ano, os estudantes de Fortaleza (CE), organizados pelo Fórum Estudantil de Lutas pelo Passe Livre, foram às ruas e realizaram passeatas, sendo violentamente reprimidos pela polícia militar local. Eles lutaram contra a portaria 13-c da Prefeitura, que instituía a bilhetagem eletrônica, abrindo a possibilidade de limitar a meia passagem e a instituição do passcard. Isso acabaria por prejudicar os trabalhadores de uma forma geral e de forma específica, os cobradores de ônibus, com a possibilidade de demissão em massa.

No ano passado, depois da fantástica mobilização em Salvador contra o aumento da tarifa do transporte, o Agosto do Buzu, em diversas cidades foram organizados atos contra o aumento de passagens e pelo passe-livre. Os protestos também continuaram em 2004. Em São Paulo, estudantes do CEFET fizeram uma manifestação pelo passe-livre, aproveitando a visita surpresa da prefeita Marta Suplicy (PT) à escola. Cidades como São José dos Campos (SP), São Carlos (SP) e Belém (PA) também foram cenários de manifestações estudantis.

Floripa vira palco de lutas e revoltas

Semana passada foi a vez do povo de Florianópolis se revoltar contra os desmandos do governo local. A máfia dos transportes, através de sua principal aliada, a prefeita Ângela Amim (PP), e da Câmara dos Vereadores, aumentou as tarifas de ônibus em 15,6% , elevando o preço para valores que vão de R$ 1,15 até R$ 3, com a tarifa média de R$ 2,60, a mais cara do país. Mas, desta vez, a população deu a resposta: parou por mais de uma semana a cidade, com bloqueio de ruas, pontes e terminais.

Essa luta impôs uma grande derrota à burguesia e pode ser considerada a segunda mais importante mobilização da história da população pobre e da juventude da cidade. A primeira foi a chamada “Novembrada”, que ocorreu em novembro de 1979 contra o ditador Figueiredo e Jorge Bornhausen, na época governador do estado.

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