A CUT tentou de tudo para que as mobilizações do 23 fossem a favor do governo Lula e seu veto à emenda 3 do projeto da Super Receita. A emenda é de fato uma iniciativa reacionária da oposição burguesa, que flexibiliza direitos trabalhistas.
Mas o projeto como um todo, apoiado pelo governo e pela CUT, é também reacionário, por possibilitar a transferência do dinheiro da Previdência para o controle do Ministério da Fazenda. Isso deve facilitar sua utilização para o pagamento da dívida aos banqueiros.

Por isso, a Conlutas também se mobilizou, mas não se limitou à luta contra a emenda, e sim contra todo o projeto, e também contras as reformas neoliberais de Lula.

Nesse dia, os trabalhadores dos transportes atrasaram metrôs e ônibus por duas horas em São Paulo, durante a manhã. O Metrô tentou várias manobras, inclusive colocar engenheiros e supervisores para tentar operar os trens. Mas a unidade da maioria dos trabalhadores manteve a paralisação.

Altino, operador da Linha-1 do Metrô, diretor do sindicato e membro do PSTU, disse que o movimento “foi um recado para deputados, governo e empresários. Não vamos aceitar o ataque aos direitos da CLT, da Previdência, ou qualquer outro“.
No mesmo dia, José Serra anunciou a demissão de cinco diretores do Sindicato dos Metroviários, em represália à paralisação. Foram demitidos o vice-presidente, Paulo Pasin, e os diretores Alex Fernandes, Ronaldo, Ciro Morais e Pedro Agustinelli. Os três primeiros são ligados à Conlutas.

O PSTU repudia a truculência tucana e chama todos à mobilização pela imediata reintegração dos companheiros.

Metalúrgicos
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, ligado à Conlutas, parou os 4 mil trabalhadores da GM por duas horas, contra a emenda 3, a Super Receita e as reformas sindical, trabalhista e previdenciária. O protesto ocorreu na entrada do primeiro turno, nos dois acessos.

Já os gaúchos fizeram bloqueio de estradas e paralisações em fábricas. Pelo menos 11 cidades tiveram protestos. Em Porto Alegre, operáriosde várias empresas atrasaram a entrada no início da manhã. Na Taurus, fábrica de armamentos, a adesão foi de 100%. Uma parte dos operários participou de uma passeata. A Conlutas teve forte presença na mobilização, onde distribuiu seu boletim.
Post author Da redação
Publication Date