Depois de mais de oito meses em greve, os trabalhadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) conseguiram uma importante vitória ao fazer com que o governo carioca agendasse uma reunião entre o comando de greve e o Secretário Garotinho, com o objetivo de avançar o processo de negociação.

A reunião, marcada para terça-feira, dia 10 de março, só foi garantida depois de um dia de intensas mobilizações, em 22 de fevereiro, quando os servidores realizaram um ato-assembléia contra a repressão aos grevistas, com a presença de 400 pessoas e representantes de 25 entidades do movimento sindical, estudantil e popular.

Repressão continua
A longa greve tem sido marcada pelas posturas intransigentes e repressoras da reitoria da universidade, que pretende implementar, a partir do dia 10, uma lei antiga, o famigerado Código 103, com o objetivo de identificar, perseguir e punir os servidores em greve, inclusive com o corte do ponto.

Além disso, a reitoria tem sistematicamente se recusado a reconhecer o sindicato da categoria, o Sintuperj, como entidade legítima. Diante desta situação absurda, a assembléia do dia 22 também votou que é fundamental a manutenção da greve e uma luta coesa contra o Código 103. A possibilidade de vitória ficou evidenciada pelos efeitos provocados pelo ato-assembléia na postura de algumas direções e chefias, que, diante do peso do movimento, já disseram que se recusam a identificar os grevistas, não lançando o código nas folhas de freqüência.

Como parte da luta em defesa do direito de greve, há uma campanha de mensagens de repúdio aos ataques da reitoria e pela exigência do atendimento das reivindicações por meio do fax (21) 2284-5033.

Para pressionar o governo, também foi programada uma vigília, no dia 10 de março, durante a negociação, no Palácio Guanabara, e uma nova assembléia foi convocada para quarta-feira, 2 de março.

Post author Yara Fernandes, da redação
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