Fora Yeda: novas eleições já!A entrevista coletiva com os procuradores da Justiça Federal do Rio Grande do Sul é uma demonstração categórica de que todas as denúncias feitas pelos servidores públicos e partidos de oposição eram verdadeiras. As revelações que vieram a público nesta quarta-feira, 5 de julho, mostram que existe uma quadrilha à frente do governo estadual, saqueando cofres públicos e tratando de enriquecer com dinheiro do povo.

Foram indiciados, além da governadora Yeda Crusius (PSDB), Carlos Crusius, seu ex-marido e deputado federal pelo PP, os deputados estaduais Luiz Fernando Záchia (PMDB) e Frederico Antunes (PP). Também estão na lista o vice-presidente do Banrisul, o presidente do Tribunal de Contas do Estado e mais dois assessores de Yeda, totalizando nove chefes políticos, ou melhor, chefes da gang que tomou conta do estado nos últimos anos.

O Rio Grande do Sul vive, neste momento, a mais grave crise política dos últimos tempos. A comprovação feita pelo Ministério Público Federal abre um novo e importante capítulo da batalha pelo fim deste governo neoliberal ortodoxo que ataca os servidores e os serviços públicos, corta verbas das áreas sociais e usa os cofres públicos para o benefício pessoal e de um setor empresarial aliado.

O pronunciamento da Justiça e seu teor é produto de uma grande campanha feita durante todo o ano de 2009, que teve um primeiro round em 2008, quando foram descobertos desvios milionários no Detran. Na ocasião, apesar da CPI e dos processos jurídicos, a quase totalidade dos partidos manteve o apoio ao governo tucano.

A continuidade da luta contra os ataques na educação permitiu repercutir para toda a sociedade brasileira a necessidade de derrotar Yeda, um governo que, além de estar enlameado até o pescoço em denúncias de corrupção, ameaçava destruir a educação e os serviços públicos.

Eles são todos Yeda
As revelações feitas pelo Ministério Público Federal confirmam o envolvimento dos grandes partidos tradicionais e que deputados eleitos se beneficiaram do esquema. O PMDB e o PP são os partidos da burguesia com maior representatividade estadual e com mais prefeitos e vereadores. Esses partidos não apoiaram a criação da CPI, pois estavam comprometidos. Também são contra o fim do governo, pois isso atacaria seus próprios interesses. Confirmam também que o próprio vice, Paulo Feijó (DEM), não tem nenhuma legitimidade para continuar, pois foi eleito pelo esquema do caixa-dois e conviveu com todo este emaranhado de corrupção antes, durante e depois da eleição.

CPI agora favorece o governo
Já houve uma CPI do Detran em 2008 que não resultou em nenhuma medida concreta. Além do mais, todos os fatos que precisavam ser investigados já foram pela Justiça e, mesmo antes, já haviam sido denunciados por servidores e partidos de oposição. Não faz mais sentido nenhum criar uma CPI na Assembleia Legislativa para dar tempo ao governo. Uma CPI agora só serviria para o governo adiar a queda e continuarem os ataques aos servidores e à população gaúcha, além de continuarem saqueando os cofres públicos.

Não se pode aceitar que o PT continue querendo uma CPI. Se já era questionável antes das revelações desta quarta, agora seria claramente fazer o jogo do governo tucano para prolongar o mandato até o final. Os servidores e trabalhadores não podem suportar mais um ano deste governo que está desmontando os serviços públicos e roubando o pouco dinheiro que os cofres públicos ainda têm depois das sonegações dos grandes empresários e das isenções promovidas pelo governo a estes senhores.

Intensificar as mobilizações
Não vai ser a Justiça pura e simplesmente que irá afastar e punir estes envolvidos. Também não será a Assembleia Legislativa que poderá fazer justiça e votar o impeachment. Tanto a Justiça quanto os deputados estão comprometidos com os políticos tradicionais, com o jogo do toma-lá-da-cá da política. Os patrões têm como controlar a Justiça e os deputados, mas têm medo das lutas do povo, pois são estas que podem acabar com todo este mar de lama.

Agora, é necessário ampliar as mobilizações para acabar com este governo e obrigar a convocação de novas eleições. Só a permanente denúncia do governo e das tentativas de acordo entre eles pode fazer com que se mantenha o clima da necessidade de acabar logo com este governo.

A luta dos servidores públicos e estudantes deve continuar, mas deve se estender aos demais trabalhadores para obrigar a burguesia a votar o fim do governo e chamar novas eleições. Se não houver mais luta, tudo pode acabar como em 2008, sem qualquer consequência prática. É preciso aumentar os protestos para sepultar o governo Yeda e evitar que tudo se resuma a um grande jogo eleitoral para 2010. Se não se ampliarem as mobilizações, é possível de que aconteça a mesma coisa que está acontecendo em Brasília com Sarney, ou seja, nada.

As próximas mobilizações serão decisivas para definir o fim do governo Yeda. Os trabalhadores devem dar a resposta nas ruas a todas as roubalheiras dessa quadrilha que ainda permanece no Piratini. Portanto, é hora de construir poderosas manifestações populares. O próximo desafio será o dia 14 de agosto, que deverá ser um momento forte da nova fase da luta do movimento pelo “Fora Yeda”.

  • Todos às ruas!
  • Fora Yeda já!
  • Novas eleições imediatas
  • Cadeia para Yeda e sua quadrilha
  • Confisco dos bens de todos os corruptos
  • Fim dos ataques aos trabalhadores e aos serviços públicos
  • Por um governo socialista dos trabalhadores