Nos dias 24 e 25 de maio, 440 delegados participaram do 3º Encontro Estadual de Formadores. Nele foi lançada a cartilha “Guerra e Alca – A Recolonização Imperialista” e debatida a continuidade da campanha contra a Alca.
Os delegados fizeram contribuições e críticas à cartilha. E definiram o objetivo de coletar 2,6 milhões de assinaturas no estado, para o abaixo assinado pelo plebiscito oficial.

Zé Maria, do PSTU, e os deputados federais Sérgio Miranda (PCdoB/MG) e Luis Eduardo Greenhalgh (PT/SP) debateram “As perspectivas da campanha contra a Alca no governo Lula”.

A polarização se deu entre Zé Maria e Greenhalgh, que defendeu o governo Lula e destacou a área internacional como onde se deu os maiores e melhores passos nesse início de governo. Como exemplo citou a sustentação ao governo Chavez, da Venezuela, a posição frente à guerra no Iraque e – pasmem! – a defesa da entrada de Cuba nas negociações da Alca. Para ele, a capacidade de negociação demonstrada pelo governo, será muito útil para atrasar a implantação da Alca.

Zé Maria disse que a continuidade das negociações da Alca pelo governo é parte da estratégia de rendição do governo petista ao modelo neoliberal. Atacou a política de geração de superávits fiscais e do balanço de pagamentos como via de acumulação para reverter a crise econômica. Demonstrou que a quebra de barreiras comerciais não implicam em benefício para a população, pois são as multinacionais instaladas em cada país dependente que obtêm lucros nas transações entre os países. “O problema está no modelo neoliberal e na lógica da acumulação capitalista. Não existe espaço para os países pobres se beneficiarem desses acordos econômicos”, disse ele.

No segundo dia, o debate “Alca e OMC; guerra e militarização”, teve a presença do professor Valério Arcary, do PSTU, e do jornalista Altamiro, do PCdoB. Altamiro defendeu o Mercosul e a negociação 4+1 (os quatro países do Mercosul versus os EUA) como via para contrabalançar o poder imperialista. Valério destacou a impossibilidade de uma negociação soberana. Disse que o caminho para a Alca só será barrado com a mobilização popular, pois o governo Lula, mesmo com todos os instrumentos à mão, continua se negando a chamar um plebiscito oficial e suspender as negociações.

Ficou demonstrado que há na campanha contra a Alca militantes de vários movimentos sociais dispostos a mobilizar os comitês. Para Israel Pinheiro, militante do PSTU e membro da Coordenação da Campanha, “Apesar de alguns setores não terem jogado peso no evento, este foi um sucesso, devido à consciência antiimperialista dos ativistas do movimento. O PSTU se fez presente com mais de cem militantes de várias regiões do estado e da capital.”

Post author Cacau,
de Belo Horizonte (MG)
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