Estudante foi detido, espancado e humilhado por policiais militares

Na manhã desse dia 9, o estudante Murilo Magalhães foi preso e torturado pela Polícia Militar durante o ato em solidariedade à greve dos metroviários. O estudante, que também compõe a ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes Livre) iria realizar um protesto simbólico, se acorrentando em frente à Secretaria dos Transportes do Estado, para reivindicar a abertura de negociações e a solução para a greve. 
 
Murilo, que é estudante da PUC-SP, foi detido sob a falsa alegação de resistência à prisão, dano ao patrimônio público,  e levado por três policiais para uma sala no interior da secretaria. O jovem sofreu tortura física e psicológica. Foi agredido pela polícia, obrigado a ficar nu e humilhado, sob xingamentos de “veado, veado” (como se a orientação sexual pudesse ser utilizado como xingamento). 
 
O militante foi transferido para a 36º DP, onde permaneceu horas detido e algemado. Ele só foi liberado mediante o pagamento de uma fiança de R$ 1000. Após sair da delegacia, Murilo acompanhado de advogados do movimento realizou exame de corpo de delito. 
 
Cinquenta anos depois, a Polícia Militar continua com as mesmas práticas do período da ditadura. Prende e tortura ativistas com requintes de crueldade e sadismo. A responsabilidade desse crime também recai sobre o governador Geraldo Alckmin(PSDB), que orientou à PM que reprimisse a greve e as mobilizações dos metroviários. 
 
Leia abaixo moção de repúdio divulgado por entidades estudantis e do movimento sindical e popular
 
Moção de repúdio à prisão política e tortura de Murilo Magalhães
 
No dia 09 de Junho deste ano, o estudante de direito da PUC – SP, Murilo Magalhães, diretor do Centro Acadêmico do mesmo curso e representante no Conselho Universitário foi preso pela Polícia Militar e torturado nas dependências da sede da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
 
Murilo é ativista da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL) e participava de um protesto de apoio à greve dos metroviários de SP e contra a ação truculenta da tropa de Choque na repressão à essa. Durante o protesto, ele foi imobilizado pelos policiais no local e levado para uma sala dentro da SSP/SP sob declaração de ordem de prisão. Nessa sala ele foi obrigado a retirar a roupa e foi espancado pelos policiais. Enquanto o espancavam exigiram que Murilo delatasse outros ativistas envolvidos em protestos. Durante isso, Murilo também sofreu ameaças pessoais e à sua organização política, além de ser repetidamente xingado de “viado”.
 
Esse ano, em que completam-se 50 anos da Ditadura Militar, casos como esses são, ainda mais, um escândalo político. É inadmissível que sejam questionadas as liberdades democráticas de organização e manifestação de qualquer ativista.
 
Exigimos a investigação e punição aos torturadores de Murilo por terem submetido o mesmo, que estava sob sua guarda e poder, a intenso sofrimento físico e mental como forma de obter informações e coagir suas ações políticas.
 
Assinaturas:
Assembleia Nacional de Estudantes – Livre
CSP – CONLUTAS
ANDES – SN
Movimento Mulheres em Luta* – MML
Setorial LGBT da CSP – CONLUTAS
Aderson Bussinger – vice presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ
Reviravolta
Juntos
Juventude às Ruas
MEL/Macaé -Movimento dos Educadores em Luta-CSP-Conlutas
MML/Macaé- Movimento Mulheres em Luta – CSP-Conlutas