A cidade de Miami se preparou para sediar a reunião dos 34 ministros comerciais dos países que compõem as negociações sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). O centro da cidade se parece com um país em estado de sítio. A maioria das lojas e algumas estações de metrô estão fechadas. As ruas estão praticamente vazias. O policiamento na área que circunda o hotel é ostensivo. Há centenas de policiais nas ruas, que abordam todas as pessoas que lhes parecem ter o perfil de “manifestante“. Muitos dos jovens que participam do movimento de Ação Direta estão sendo detidos. Jornais e emissoras de televisão criam uma campanha de terror na população. As escolas do centro fecharam suas portas e as do sul e norte da cidade suspenderam as atividades extras durante esta semana. O objetivo é identificar o movimento organizado contra a Alca como um movimento terrorista. Além de garantir a realização da reunião, um dos motivos de todo este terrorismo é o fato de Miami estar pleiteando o título de capital da Alca.

O evento paralelo

Inúmeros eventos paralelos a reunião oficial estão ocorrendo em Miami. Com representações de organizações norte-americanas e de diversos países da América Latina, estão sendo realizados seminários, oficinas e fóruns de trabalhadores, estudantes e movimentos sociais. Alguns vêm criticando a AFL-CIO por estar privilegiando essas atividades, quando deveria priorizar a manifestação do dia 20. Por outro lado, os jovens da Ação Direta preparam-se dias para a manifestação do dia 20.

A Juventude da Ação Direta

Os jovens do Movimento pela Ação Global são importantes atores das grandes manifestações anti-globalização que tiveram seu marco inicial nas ruas de Seattle, em 1999. O Centro de Convivência das organizações que participam deste movimento é um acampamento de jovens. Neo-hippies, anarquistas e punks. A principal atividade dos dias que precederam a manifestação foi a confecção de cartazes, bonecos e adereços para a passeata.

Os integrantes do movimento seguem algumas regras e orientações, como não usar drogas, bebidas, armas ou fazer contrabando. Esquemas de segurança são montados para proteger os jovens. Para entrar no centro de convivencia, muitos são revistados. Não permitem a presença de imprensa oficial para entrevistas, mas são amáveis com os que passaram sua barreira de segurança. Prontos para dar as informações requisitadas. A principal atividade que une as diversas organizações do Movimento pela Ação Global são as manifestações anti-globalizacao. Neste momento eles se unem para percorrer as ruas e chamar a atencao do mundo.