Assembleia reuniu 1200 trabalhadores
Diego Cruz

Trabalhadores do metrô continuam em estado de greve, nova assembleia ocorre nesse dia 2 de junhoMais de 1500 trabalhadores do metrô lotaram a quadra do sindicato na noite desse 31 de maio para avaliar a proposta do governo e decidir se entravam ou não em greve. O dia já havia sido de intensas negociações entre funcionários e a direção da empresa, mas o que predominou, porém, foi a intransigência patronal.

O Metrô aceitava conceder reajuste de apenas 7,39%, enquanto os funcionários exigiam 10% e Participação nos Resultados. Nas negociações a empresa fez avanços pontuais, como reajuste de 6,39% no Vale Refeição, Vale Alimentação de R$ 150, licença maternidade de 6 meses e reajuste de 10% na Participação dos Resultados. Reivindicações da categoria, porém, como a equiparação salarial e a distribuição igualitária da Participação dos Resultados pouco avançaram.

Poucos minutos antes de a assembleia começar, o presidente do Metrô, temendo a disposição de greve dos trabalhadores, telefonou para a diretoria do sindicato a fim de realizar mais uma contraproposta. O metrô oferecia agora 8% de reajuste. O descontentamento na base ainda era grande. A dúvida é se era possível ir ou não à greve imediatamente.

Divisão
A incerteza se expressava tanto na diretoria do sindicato quanto na base. O diretor da entidade, Paulo Roberto Pasin, foi contrário à greve, alertando a tendência pró-patronal do Tribunal Regional do Trabalho. “Na negociação de hoje o TRT encampou a proposta do metrô, em 20 anos de metrô eu nunca vi isso”. Além disso, a Justiça já tinha investido contra o direito de greve, obrigando os metroviários a manterem, em caso de paralisação, 70% do metrô em funcionamento no decorrer do dia e 90% nos horários de pico, sob o risco de multa de R$ 100 mil ao dia.

O presidente do sindicato, Altino Prazeres, defendeu a entrada em greve a partir desse dia 1º. “O governo ainda tem gordura para queimar e teremos mais força se negociarmos parados”, defendeu, alertando porém que a decisão de parar, se tomada, deveria ser decidida de forma unificada pela categoria. Apesar das opiniões diferentes, a diretoria do sindicato mostrou disposição de colocar em prática o que fosse definida pela assembleia, de forma unitária.

Colocadas em votação, as duas propostas dividiram a assembleia. Diante disso, Altino retirou a proposta de greve já, a fim de aumentar a mobilização na base em busca de uma proposta melhor. A negociação com a empresa vai chegar a um mês no próximo dia 5.

Estado de greve
Apesar de suspensa a paralisação nesse dia 1º, os metroviários continuam em estado de greve. Uma nova assembleia será realizada nesse dia 2 de junho para avaliar os próximos passos dos trabalhadores metroviários.