Categoria não se dobra à proposta rebaixada e segue em greve
Emmanuel Oliveira

Os trabalhadores do Metrô de São Paulo decidiram manter a greve que iniciada à meia-noite do dia 2 de agosto. Logo no início das assembléias, uma noticia triste: o metroviário Valdevino faleceu no hospital, vítima de uma infecção hospitalar.

A tentativa da direção da empresa de fazer funcionar as linhas 1 (azul) e 2 (verde) não surtiu o efeito esperado de desmoralizar o movimento. A atitude irresponsável do governador José Serra (PSDB) e do secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, provocou dois acidentes.

O que pedem os metroviários
Os metroviários querem uma folha e meia de pagamento, que corresponde a R$ 36 milhões, e que o montante seja dividido igualmente entre a categoria. Além disso, também exigem antecipação de R$ 2.500 já.

A direção do Metrô ofereceu apenas R$ 24 milhões, sendo que R$ 4 milhões seriam divididos entre os 500 “fura-greve”, representando, em media, R$ 8 mil para cada um. Os outros R$ 20 milhões, de acordo com a proposta da empresa, seriam divididos entre os quase 7 mil funcionários.

Na assembléia que manteve a greve, o metroviário Altino, candidato à vice-presidência pela chapa de oposição à diretoria majoritária do sindicato, fez uma intervenção dura contra o secretário dos transportes, afirmando que ele “é um irresponsável ao tentar colocar os trens em circulação com pessoas não-qualificadas”. Ele foi muito aplaudido, também, ao dizer que os metroviários não vão se dobrar perante a decisão do tribunal.

Já o governador foi à TV para dizer que esperava a decisão do Tribunal. Caso esse declare o movimento ilegal, Serra vai demitir os grevistas. Nesta sexta-feira, serão mantidos os piquetes. À tarde, haverá uma nova assembléia.