Mais de mil metroviários de São Paulo se reuniram, na última segunda-feira, na quadra do sindicato da categoria. Em pauta, estavam as reivindicações da campanha salarial e a discussão sobre uma possível greve da categoria. O primeiro indicativo votado pelos metroviários era de greve a partir do dia 28, terça-feira. O adiamento de deu em função de o Metrô ter aceito uma nova rodada de negociações no dia 3 de junho.
 
A assembleia aconteceu no mesmo dia em que o sindicato e a Companhia do Metrô mediram forças em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Após semanas de intransigência, a empresa apresentou uma contraproposta que incluiu reajuste salarial de 6,42%, 13,62% no vale-alimentação e 11,51% no vale-refeição, entre outros itens como o aumento do auxílio-creche. Os números representaram um avanço tímido em relação à proposta anterior da companhia, ainda muito aquém das demandas da categoria.
 
Por outro lado, itens como a garantia de não aumentar a jornada dos trabalhadores da operação e a equiparação salarial entre antigos e novos funcionários não mereceram qualquer apreciação mais séria da empresa. Assim, os metroviários rejeitaram por unanimidade a proposta da companhia. Para avançar, a assembleia votou pela construção de uma greve unificada com outros trabalhadores das empresas estaduais, como os ferroviários da CPTM e os urbanitários da Sabesp, que também estão em campanha salarial.
 
O presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e militante do PSTU, Altino Prazeres, declarou: “nossa mobilização cresceu e dobrou parcialmente a intransigência da empresa e do governador Geraldo Alckmin. Mas é possível conquistar muito mais e garantir que não haja aumento na jornada e que o acordo contemple as demais reivindicações da categoria. É com essa ambição que vamos à greve no dia 4 de junho, junto com os companheiros da CPTM e da Sabesp”.
 
Durante a próxima semana, os milhões de usuários do metrô verão os funcionários da empresa sem uniforme e vestindo os coletes da campanha. Os metroviários aprovaram, ainda, o desafio ao governador para abertura das catracas para a população como meio de marcar seu protesto sem prejudicar a mobilidade da cidade. Lutam, ainda, contra o reajuste nas tarifas para R$ 3,20, proposto pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo prefeito Fernando Haddad (PT) – bandeiras que fazem a luta da categoria ser uma luta em defesa de um transporte público, gratuito e de qualidade, de interesse de todos os trabalhadores paulistanos.

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