O início de 2009 foi marcado pelas férias coletivas e as demissões nas fábricas. Agora, com a relativa recuperação do setor, divulga-se a retomada da produção, sem que tenha ocorrido novas contratações. Resultado: ampliação das horas extras e da exploração sobre os operários.

Esse é o contexto da campanha salarial dos metalúrgicos de São José dos Campos e região que se inicia. “Muitas empresas estão trabalhando em regime de hora extra”, denuncia o presidente do sindicato, Vivaldo Moreira. “Eles substituem emprego por hora extra”, completa.

Por isso, os metalúrgicos reivindicam a proibição das horas extras. Até lá, exigem o aumento do valor pago, para 150% na primeira hora, aumentando de acordo com o número de horas a mais na jornada. Defendem ainda a redução da jornada de trabalho para 36 horas, sem redução de salários nem banco de horas.

Tais reivindicações fazem parte das chamadas “cláusulas socais” que, junto com as exigências de salários, fazem parte da pauta da categoria.

Intensificação das mobilizações
Parte dos metalúrgicos tem a data-base em agosto, como os trabalhadores das indústrias de eletroeletrônicos, máquinas, trefilação, laminação e refrigeração. Já os operários das montadoras, autopeças e fundição têm data-base em setembro.

Já ocorreu uma rodada de negociações com a patronal, mas houve pouco avanço. Por enquanto, só se discutiu as cláusulas sociais, que também abarcam direitos como auxílio transporte, licença maternidade, estabilidade, entre outros pontos. As cláusulas sociais já negociadas têm validade de dois anos e vencem neste ano.
As empresas, porém, além de não aceitarem ampliar direitos, insistem em discutir a retirada dos direitos já conquistados, como estabilidade de lesionados. “A essa altura da campanha, já deveríamos estar negociando as cláusulas econômicas, mas os grupos patronais estão enrolando nas reuniões. Se as empresas insistirem em atrasar as negociações e em retirar direitos, os trabalhadores vão partir pra cima com mobilizações”, afirma Vivaldo.

O dirigente explica que, caso a patronal insista com a intransigência, os metalúrgicos vão iniciar as paralisações. “Já devemos começar as paralisações na próxima semana, principalmente nos setores com data-base em agosto”, afirma.

Reivindicações
Além da ampliação das cláusulas sociais, como estabilidade mínima no emprego por dois anos, os metalúrgicos exigem reajuste salarial de 14,65%, sendo 8,53% de aumento real e o restante de reposição da inflação.

A campanha salarial de São José dos Campos é unificada com os metalúrgicos de Campinas, Limeira e Santos. Na região de São José, os metalúrgicos da fábrica Wirex Cable já entraram em greve, por PLR.

“Estamos intensificando nossa campanha, realizando assembleias semanais e as negociações até agora mostraram que só avançaremos com nossa luta”, completa Vivaldo.
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