O mês de setembro é a data-base dos metalúrgicos do interior de São Paulo e também do Paraná; outubro, é a data-base dos metalúrgicos de Minas GeraisO setor metalúrgico tem crescido no último ano. Aumentaram as vendas, o faturamento e os lucros. Porém, nas negociações, os empresários não querem dar um reajuste condizente com o crescimento do setor. Dizem que querem “reduzir os custos de produção” e “aumentar a competitividade”. Em resumo, querem que os trabalhadores paguem o pato, assumindo problemas que são dos patrões e não dos trabalhadores. Por tudo isso, o clima nas empresas é de indignação. Todos vêem a produção crescendo e o ritmo de trabalho muito intenso. Enquanto isso, os patrões continuam com a choradeira.

Os metalúrgicos de São José dos Campos, Campinas, Limeira e Santos, que são cerca de 130 mil na base, já aprovaram Estado de Greve em suas assembléias. Agora, eles estão aguardando o final das negociações. Nesta semana, já começaram a paralisar as atividades por uma hora, duas horas ou até um dia. Em São José e Campinas, fábricas como a GM, a Bentler, a Bundy, a Eaton, a Gerdau, entre outras, já foram paralisadas. A partir da semana que vem, se não houver uma proposta satisfatória, o movimento vai se estender por toda a categoria nas diversas regiões.

No Paraná, as negociações foram rompidas e os metalúrgicos aguardam uma resposta da patronal na sexta-feira. Eles prometem paralisar as atividades a partir de segunda se não tiverem suas reivindicações atendidas. As montadoras se estabelecem na região para pagar salários mais baixos e não querem atender aos metalúrgicos da Volvo, Renault e outras fábricas, que reivindicam aumento real de salários e a mesma convenção coletiva dos metalúrgicos paulistas.

No ABC paulista, tem assembléia marcada para este domingo. Mas, até agora, a direção do sindicato não divulgou para os trabalhadores o índice de reajuste que estão reivindicando e tampouco está mobilizando efetivamente a categoria na campanha salarial. O sindicato joga todas as fichas na negociação, que deve terminar nesta sexta-feira. Só agora que começa a falar em plano de lutas caso a patronal não dê aumento real.

É necessário unificar as lutas
É necessário unificar as lutas. As empresas estão lucrando muito. Elas concorrem entre si, mas se unem para não dar reajuste aos trabalhadores. Os metalúrgicos de São José dos Campos, Campinas, Limeira, Santos e Paraná estão mais mobilizados e na vanguarda desta luta.

É preciso unificar a luta com outras categorias que também têm data-base neste período, como petroleiros e bancários. É inadmissível que se repita o pacto feito pela CUT no ano passado. A central fechou um acordo rebaixado com os patrões, e nele constava que se os metalúrgicos de São José dos Campos conseguissem um reajuste maior seria repassado para a base da CUT. Isso é uma vergonha.

É hora de lutarmos juntos. Vamos preparar as assembléias dos trabalhadores, eleger comandos de mobilização. Vamos organizar a luta!