Trabalhadores de São José dos Campos lutam contra ameaça de demissõesTrabalhadores da LG. Philips ocuparam na manhã do dia 2 a fábrica de São José dos Campos (SP). A decisão foi aprovada durante assembléia com a presença de 900 operários. Neste momento a produção está sob controle dos funcionários. Eles exigem o não fechamento da fábrica e a manutenção dos postos de trabalho. Para isso os metalúrgicos estão lutando e exigindo do governo Lula a nacionalização da empresa.

Além de deixar sem emprego milhares de trabalhadores, a direção da empresa propôs pagamento de apenas metade dos direitos aos funcionários lesionados em decorrência do trabalho.

“Esses trabalhadores lesionados precisam receber tudo a que têm direito, pois será muito difícil para eles conseguir outro emprego se a LG.Philips fechar. Além disso, são vítimas da própria empresa e não podem ser tratados desta maneira”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Adílson dos Santos, o Índio.

No início de junho a LG.Philips anunciou o fechamento da fábrica em São José e das outras três unidades no Brasil – Santo André, Suzano (SP) e Recife (PE) – até agosto. Apenas o fim da fábrica em São José acarretaria 1.125 demissões. Em todas as unidades o número de desempregados poderá chegar a 2.500. O objetivo da companhia é manter somente a unidade de Manaus (AM) e transferir sua produção para a China, onde encontra mão-de-obra semiescrava, e de lá exportar seus produtos para o Brasil.

A LG.Philips produz tubos de televisores. Em Santo André e Suzano a produção está parcialmente paralisada. Durante o ato de ocupação em São José, estiveram presentes representantes do Sindicato dos Vidreiros de Suzano e do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André.

Campanha
No último dia 21 uma caravana com cerca de 100 trabalhadores da LG.Philips foi a Brasília exigir do governo Lula a nacionalização da companhia. “A empresa desfrutou de muitas isenções fiscais do Estado e agora quer colocar na rua pais e mães de família? Isso é intolerável”, afirma Índio.

Na tarde do dia 2 os operários realizaram uma nova assembléia, onde aprovaram a continuidade da greve com a ocupação da empresa. Uma comissão dos trabalhadores e o sindicato foram chamados para negociar com a direção da fábrica, mas as conversas não avançaram por conta da intransigência da empresa. Um dissídio coletivo estava previsto para o dia 3.

No dia 5 ocorreria um ato unificado no portão da fábrica de São José, com a presença de todas as unidades da LG.Philips, inclusive uma delegação de Recife.

*com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de SJC

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