Depois da vaia a Lula na Mercedes, metalúrgicos interrompem tráfego para protestar contra o confisco salarial no imposto de renda

Os metalúrgicos das montadoras Volks, Ford, Mercedes e Scania estão em pé de guerra com o governo Lula. O motivo? A não correção da tabela do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), cujo congelamento obrigou-os a pagar mais imposto em 2003 do que em 2002. Como não houve reajuste da alíquota, o valor da isenção (R$1.058) se manteve e a receita avançou sobre maior número de trabalhadores.

A luta pela correção do IR é antiga. Desde 1996, a tabela só teve uma correção, de 17,5% em 2002, porque a distorção já estava escandalosa.

O governo Lula, entretanto, manteve a política de confisco salarial dos trabalhadores ao não corrigir a tabela do imposto, agravando a defasagem para 55,3%. Pela pressão, promete reajustar em 11,32%.

O pior é que os trabalhadores são descontados na fonte, enquanto grandes empresários e banqueiros sonegam milhões.

Não é a toa que os metalúrgicos estão revoltados e dizem: “Tabela sem correção, leva o salário para o leão”, “Basta de promessas, queremos realizações, chega de sermos enganados”. Essa foi a recepção dos metalúrgicos a Lula, no dia 26 de abril, no ABC. Também foi a pressão da categoria que obrigou a direção do Sindicato a parar por uma hora a via Anchieta, no dia 30.

Post author Emmanuel Oliveira, de São Bernardo do Campo (SP)
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