Os metalúrgicos de São José dos Campos (SP) decidiram, em assembléia realizada no último dia 24, iniciar paralisações nas fábricas da região. O movimento ocorre em resposta ao não dos patrões às reivindicações da campanha salarial da categoria. As empresas já começaram a ser notificadas dos avisos de greve.

As negociações com o setor patronal encerram-se no dia 29, mas até agora as propostas apresentadas pelas empresas continuam bastante abaixo da pauta de reivindicações. Os metalúrgicos reivindicam 18,83% de reajuste, além do gatilho salarial, ou seja, a reposição automática das perdas salariais a cada vez que a inflação atingir 3%.

As propostas das empresas não chegam nem mesmo perto desses índices e rejeitam qualquer possibilidade de gatilho salarial. A patronal oferece reajustes que vão de 6% a 8%. Para os trabalhadores das montadoras e autopeças, 6,93%. Para o setor de máquinas e eletroeletrônicos, 9,17%. Trefilação e laminação, 8,5% e abono de 15%. Os metalúrgicos do setor de fundição ainda estão sem propostas.

Os sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos, Campinas, Limeira e Santos, que neste ano realizam campanha unificada, abrangem mais de 130 mil trabalhadores. Com isso, a paralisação nas fábricas deve ganhar ainda mais força.

“A inflação tem corroído o poder de compra dos trabalhadores. O INPC é insuficiente para repor as perdas salariais. Apesar dos lucros recordes, as indústrias têm endurecido nas negociações. Vamos paralisar as indústrias até que os patrões cedam às reivindicações da categoria”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Adilson dos Santos, o Índio.

*Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e da Conlutas Minas Gerais.

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