Fotos: Romerito Pontes

Protesto fechou a rodovia Anchieta e reuniu operários da Volks, Mercedes, Ford e Karmann Ghia

Nesta segunda, 12, a região do ABC paulista, palco do maior ascenso operário do país no final da década 1970 e início dos 1980, reviveu seus dias de luta. Ainda estava escuro quando os metalúrgicos da Volkswagen, em greve desde o dia 6, pararam a importante rodovia Anchieta e marcharam contra as demissões na montadora.

A concentração teve início por volta das 6h e, às 7h, os operários tomaram a rodovia. Várias categorias e movimentos estiveram presentes para prestar solidariedade à luta contra as demissões, como o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, que também lutam contra as demissões impostas por Alckmin como punição à greve de 2013, o Movimento Mulheres em Luta (MML), Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), entre outros, além da própria CSP-Conlutas.

Os metalúrgicos seguiram em passeata em direção ao  Cenforpe (Centro de Formação dos Profissionais da Educação), recebendo a adesão de operários de outras empresas, como a Ford e a Karmann Ghia. Logo, a manifestação que teve início com aproximadamente 5 mil pessoas já tinha se multiplicado, formando um mar de peão pela Anchieta. No Cenforpe, a passeata se uniu aos metalúrgicos da Mercedes, que vieram em marcha no sentido contrário e, assim como seus colegas da Ford, paralisaram suas atividades nesta segunda. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC contabiliza em 20 mil o número de manifestantes.

Dilma, proíba as demissões
A manifestação desta segunda foi mais um passo na luta contra os ataques que os patrões estão desferindo contra os trabalhadores. Na Volks, após os metalúrgicos rechaçarem em assembleia realizada em 9 de dezembro uma proposta  de redução de salários e direitos, defendida pelo sindicato e a empresa, a montadora começou a efetuar demissões. Nas vésperas do ano novo, 800 operários receberam por telegrama o aviso de demissão. A montadora ameaça demitir mais 1300 trabalhadores, totalizando 2100 demissões. Já na Mercedes 244 funcionários não tiveram lay off renovado e foram demitidos.

Essa manifestação expressa uma necessidade da classe trabalhadora brasileira, que é a unidade para impedir as demissões, exigindo das empresas que mantenham os empregos dos trabalhadores, diminuindo seus lucros“, afirmou o dirigente do PSTU e também metalúrgico, Zé Maria, presente ao ato. Zé Maria criticou ainda os 10 bilhões de dólares remetidos pelas montadoras às multinacionais nos últimos anos e exigiu de Dilma medidas para proteger o emprego. “Dilma tomou dezenas de medidas nos últimos anos, destinando bilhões em recursos públicos para ajudar as empresas, pois bem , agora precisa tomar uma só medida: uma Medida Provisória proibindo as demissões para garantir o emprego dos trabalhadores“, exigiu.

É necessário, é justo, é urgente“, finalizou.

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