Com 236 delegados, o congresso de um dos mais importantes sindicatos metalúrgicos do estado de São Paulo aprovou a desfiliação da CUT por ampla maioriaDurante o período preparatório ao evento, o tema da desfiliação da CUT foi central e somente o Coletivo dos Metalúrgicos da Conlutas defendia a proposta em sua tese. Porém, no congresso, a ASS (Alternativa Sindical Socialista, corrente majoritária no sindicato e também com o maior número de delegados) defendeu a desfiliação. A corrente APS também votou a favor. Somente a CSC defendeu a continuidade na CUT.

Essa decisão histórica foi considerada pelos metalúrgicos da Conlutas como uma grande vitória para os trabalhadores da categoria. Nas palavras do diretor do sindicato e integrante da Conlutas, Raildo Neves: “Essa votação histórica é vista por nós da Conlutas como uma vitória para os trabalhadores, pois, apesar de termos ajudado a construir a CUT por muitos anos, hoje ela é mais que um entrave às lutas dos trabalhadores, a CUT de fato representa os interesses do governo no seio de nossa classe”.

Outro ponto importante do congresso foi a discussão sobre a reorganização do movimento sindical. Este foi um dos temas mais polêmicos. O Coletivo dos Metalúrgicos da Conlutas propôs abrir a discussão sobre a possibilidade de uma fusão entre a Conlutas e a Intersindical. Mancha, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, representou a Conlutas no congresso. “Se fosse necessário para a construção da unidade, a Conlutas levaria a seu congresso a proposta da fundação de uma nova organização”, disse, sendo muito aplaudido pelo plenário. Infelizmente, os companheiros que reivindicam a Intersindical preferiram votar a construção de sua entidade como única possibilidade de organização.