No sábado, 31 de janeiro, trabalhadores de diversas entidades se reuniram na Praça Desembargador Montenegro, na cidade de Camaçari (BA), para protestar contra as demissões e a redução de salários e direitos. Eles também reivindicaram a estabilidade no emprego.

O ato foi convocado pela Chapa 2 – Oposição Unificada Metalúrgica que concorre à direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari. As eleições acontecem nos dias nos dias 2 a 4 de fevereiro. Além da chapa, convocaram o ato a Conlutas, CUT, sindicatos, parlamentares do PT e o PSTU.

Como parte da campanha da eleição sindical da Chapa 2, o ato se propôs a alertar a categoria e a população em geral quanto aos efeitos da crise econômica na cidade, marcada pela diminuição do emprego e por demissões. Segundo estatística recente, só na Bahia foram fechados mais de 15 mil postos de trabalho em dezembro.

Em Camaçari, mais de 30 mil postos tinham sido abertos de janeiro a dezembro de 2008. Agora, foram fechados mais de 32 mil, gerando um saldo negativo para a cidade que tem sua economia totalmente dependente das indústrias lá instaladas (pólo petroquímico, automotivo, pneumático, plástico etc.) e dos trabalhadores da região.

Numa empresa fornecedora da montadora Ford, nas últimas semanas, foram demitidos mais de 40 trabalhadores. O setor de autopeças também continua demitindo. Há fortes indícios de que a Ford pode demitir, a qualquer momento, mais de 1.500 metalúrgicos só em Camaçari. A empresa anunciou um prejuízo mundial recorde de mais de US$ 33 bilhões.

Dentre os dirigentes sindicais e figuras políticas que participaram do ato, destacaram-se as falas dos companheiros Índio, membro da Chapa 2, Cecília Amaral, da Conlutas-BA, Luís Carlos Prates “Mancha”, da Conlutas Nacional, e Lucas Ribeiro, do PSTU.

Índio, candidato a secretário-geral pela Chapa 2 e militante do Movimento Operário Metalúrgico (MOM), falou sobre os impactos da crise econômica na vida dos metalúrgicos e afirmou que “ali estava só começando uma árdua luta contra as demissões e que a chapa, assim como o MOM, não vão parar as mobilizações em defesa do emprego. Findadas as eleições, a luta deve continuar”. Ele chamou os trabalhadores a pararem se houver demissões.

Cecília Amaral saudou a ousadia dos companheiros da Chapa 2 que construíam a unidade da oposição para derrotar a burocracia do PCdoB/CTB. Afirmou, ainda, que é necessário exigir do presidente Lula que edite uma medida provisória para garantir a estabilidade no emprego, além de fazer um amplo chamado a todas as entidades presentes para uma grande unidade em defesa do emprego.

Mancha, representando a Conlutas Nacional, também saudou a Chapa 2. Ele afirmou ser necessário organizar a luta contra as demissões e a retirada de direitos e pela estabilidade no emprego.

Pelo PSTU, Lucas Ribeiro falou sobre a importância da unidade na construção da chapa, o acerto que foi construir o ato conjunto. Ele chamou a unidade em torno a um programa dos trabalhadores, em que a mobilização pela estabilidade no emprego seja central.

Também falaram representantes de sindicatos e oposições filiados à Conlutas e à CUT, além de alguns parlamentares do PT.

O ato tinha como objetivo impulsionar a construção de um comitê em defesa do emprego na cidade que aglutine todos esses setores e possam realizar novos atos ainda maiores no mês de março.