No final de semana dos dias 25 e 26 de novembro, metalúrgicos da Volkswagen realizaram um seminário da oposição ao sindicato. Participaram cerca de 20 operários, sendo que 15 são representantes da Comissão de Fábrica do Comitê Sindical de Empresa (CSE).

No primeiro dia, logo cedo, os trabalhadores apressaram-se em providenciar a alimentação e os últimos detalhes do evento. Existia uma certa ansiedade para começar o debate sobre as reformas. O primeiro tema foi a reforma da Previdência, com a presença do auditor fiscal Flávio Pires e de Campos, diretor da SINDIFISP. O debate foi bastante esclarecedor, principalmente sobre a forma de como o governo irá tentar aprovar a reforma. Foi unânime entre os presentes a disposição de resistir a mais essa tentativa de retirada de direitos.

Para Vagner, membro da Comissão de Fábrica da Volks, os trabalhadores não acreditam que Lula irá fazer as reformas e retirar direitos. “Depois que saí da reunião, falei para alguns companheiros da fábrica que moram na mesma rua que eu, falei com eles sobre o perigo das reformas, mas eles não acreditaram que Lula irá fazer isso“, contou.

O membro do Comitê Sindical de Empresa Brandão falou sobre os debates: “Esse seminário é muito importante. Serve para que possamos nos armar para o debate no chão de fábrica, pois a direção do sindicato vai defender as reformas do governo… já estamos implementando as decisões do encontro da Conlutas em São Paulo que deliberou pela multiplicação do seminário. Na reunião em São Paulo foram três os participantes. Hoje já são 20, e na sua maioria são dirigentes da oposição. É desse jeito que iremos construir uma consciência critica à reforma neoliberal do governo Lula“, afirmou.

Na parte da tarde, foi exibido um vídeo sobre a reforma trabalhista e, logo após, o palestrante Luiz Carlos Prates, o Mancha, abordou o tema da reforma sindical. Mancha, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, lembrou que na década de 60 os trabalhadores tinha estabilidade no emprego quando completavam 10 anos de trabalho e que o fundo de garantia foi feito ao acabar com esse direito, mas hoje o governo junto com os empresários querem acabar com a multa de 40% quando o trabalhador é demitido.

Mancha falou sobre o superpoderes que o Planalto quer dar às centrais CUT e Força Sindical para que essas negociem as retiradas de direitos como: férias, licença-maternidade e 13º. Falou também do papel criminoso e divisionista que a Articulação Sindical está fazendo quando perde eleições no sindicato e cria outro, com a ajuda do Ministério do Trabalho. Além disso, abordou o tema das negociações o debate entre o negociado e o legislado.

No domingo, dia 26, o tema em debate era a perspectiva da oposição metalúrgica. Entre as resoluções, foi aprovado que um dos centros para o ano que vem na Volskwagen será a luta contra as reformas. A oposição também irá realizar um seminário sobre economia, no final de janeiro. Entre os temas, a situação das montadoras, que vem demitindo cada vez mais, apesar dos sucessivos lucros na América Latina.

Seminário no ABC dias 2 e 3 de dezembro
Nos dias 2 e 3 de dezembro a Conlutas do ABC estará realizando o 1º seminário sobre as reformas previdenciária, trabalhista, sindical e universitária. O seminário será no Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema, das 9 às 17h.