No último dia 10 de junho, após quase 40 dias, acabou a greve dos operários da Volks situada no PIC (Parque Industrial de Curitiba), um dos complexos industriais da capital que comporta, além da montadora alemã, diversas autopeças do setor automotivo.

A disposição de luta dos metalúrgicos da Volks foi um exemplo importante para o conjunto da classe operária de todo país. A empresa se manteve intransigente desde o início, durante todo o período de greve apresentou apenas duas propostas ao sindicato, mas ao final foi obrigada a conceder o chamado “pacotão” aprovado em assembléia pelos trabalhadores.

Os metalúrgicos ganharam mais do que os R$ 11,5 mil de PLR, obtiveram reajuste de 10,3% nos salários para 2011. Além do abono de R$ 4,2 mil que será pago no final deste ano, conquistaram também avanços no Plano de Cargos e Salários que era reivindicado há mais de dois anos.

Na maioria das fábricas grandes, médias e até mesmo em algumas pequenas, as greves estão arrancando conquistas importantes. A média nos valores pagos de PLR em 2011 na maioria das empresas tem sido 50 – 70% superior em relação à PLR paga em 2010. Nesta semana, duas fábricas importantes da CIC (Cidade Industrial de Curitiba) poderão entrar em greve, em assembléias na porta das plantas da CNH (Case New Holland) e da Bosch os trabalhadores rejeitaram as propostas apresentadas pelas empresas.

É importante entender os motivos e a situação em que acontecem essas greves e lutas econômicas. Em todo país diversas categorias saíram para a luta neste início de governo Dilma. Na construção civil, na educação básica, no serviço público federal, no serviço militar como é caso dos bombeiros do Rio, entre outras. Após 2008, quando estourou a crise econômica mundial, e mais de 1 milhão de demissões aconteceram em todo país, as empresas aumentaram brutalmente a exploração sobre a classe operária, a produtividade aumentou de maneira absurda e, a partir de 2010, as empresas voltaram a investir em contratação e máquinas.

O agravante é que desde o ano passado a inflação não para de crescer, o que fez o poder de compra do trabalhador diminuir.

No interior das fábricas e nos canteiros de obras os trabalhadores sofreram com o aumento da exploração nos últimos anos, ao mesmo tempo em que viram os lucros da empresas aumentarem. As greves econômicas por melhores salários que assistimos ocorrem porque os trabalhadores resolveram reagir frente ao aumento da inflação, que corrói os salários e aumenta os lucros dos capitalistas. Esta é a situação que os operários da grande Curitiba resolveram enfrentar, através das mais variadas manifestações esta é a situação que deu impulso à disposição de luta que o país assistiu.

O problema é que a inflação vai continuar, porque o governo optou governar para os capitalistas. As conquistas salariais de agora logo serão perdidas em curto prazo. A tendência é que as empresas endureçam e resistam mais em conceder as reivindicações aos trabalhadores nos próximos anos, sobretudo porque o crescimento da economia começa a desacelerar, mas a inflação não dá sinais de diminuir. Sabemos que a maioria do povo brasileiro segue confiando em Dilma, mas temos que dizer que este governo é o maior responsável por garantir os lucros aos capitalistas e também pelo aumento da inflação que corrói nossos salários. Por isso exigimos de Dilma o congelamento dos preços e uma política que priorize o povo pobre e dê fim à inflação.

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