Depois de vários meses de enrolação e uma proposta ridícula de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) apresentada pela empresa, de R$ 800, trabalhadores da Sae Towers entraram em greve e obrigaram a empresa a negociar. Empregando 330 trabalhadores, a Sae Towers é uma fabricante de torres metálicas e equipamentos para linhas de transmissão.

Os operários pararam a fabrica no dia 20 de agosto, contando com a adesão de 99%. A empresa utilizou o aparato policial e fez chantagem por telefone, ameaçando os grevistas de demissão. Mesmo com toda a coação, os trabalhadores mantiveram a greve.

A empresa então apresentou uma proposta de R$ 1.500, prontamente recusada. Em nova reunião, foi apresentada uma proposta de R$ 1.700, também recusada. Percebendo que a greve continuaria muito forte, chegando ao 10º dia, a empresa se reuniu com o sindicato e fez a proposta de R$ 2.500, sendo R$ 1.500 para pagar no dia 11 de setembro e o restante, depois de apurado o cumprimento das metas, será pago até o dia 15 de abril do ano que vem.

Outras conquistas foram a estabilidade no emprego até o dia 12 de dezembro; não punição aos grevistas; pagamento dos dias parados, tendo os funcionários que compensarem 60%, sendo o restante arcados pela empresa; equiparação salarial, acabando com as várias faixas de salários na empresa e alteração das metas.

Porém, o mais relevante nessa greve foi a força dos trabalhadores em não aceitar as pressões exercidas pela empresa. No último dia 31, após a assembléia que aprovou a proposta, os metalúrgicos entraram para trabalhar batendo palmas e gritando “trabalhador unido jamais será vencido”. Os que estavam de carro entraram no estacionamento buzinando. A vitória dos trabalhadores da Sae Towers de Betim que só a luta pode mudar a vida.