Paralisação interna durou uma hora e meia para discussão da Campanha SalarialCerca de 1.800 trabalhadores da General Motors, em São José dos Campos, pararam a produção de dois setores por uma hora e meia na manhã desta segunda-feira, dia 17, para realização de assembleia convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos.

A assembleia aconteceu das 5h50 às 7h15 dentro da fábrica, nos setores S10 e Powertrain II, para evitar que, mais uma vez, a Polícia Militar reprimisse a mobilização. Na última sexta-feira, dia 14, veículos e o caminhão de som do Sindicato que seguiam para a GM, onde ocorreriam assembleias, foram barrados por soldados da PM. Para garantir o livre acesso, o Sindicato teve de recorrer à Justiça, que concedeu salvo conduto aos dirigentes.

Na assembleia de hoje, foram aprovados pontos da Campanha Salarial (reajuste de 14,65% mais ampliação das cláusulas sociais), reintegração do diretor sindical Eduardo Carneiro (demitido pela GM em 2008), liberação de grávidas do trabalho como forma de prevenção à gripe suína e contra qualquer punição aos dirigentes sindicais que participaram da assembleia.

Na próxima rodada de negociação da Campanha Salarial com a Sinfavea (Sindicato dos Fabricantes de Veículos Automotores), marcada para esta terça-feira, dia 18, o Sindicato dos Metalúrgicos vai cobrar o fim de medidas antissindicais e antidemocráticas, como as que vêm ocorrendo na GM. A cobrança também foi aprovada por unanimidade na assembleia.

“A truculência da GM não impediu que os trabalhadores se manifestassem e mostrassem que estão insatisfeitos com a empresa. Não vamos aceitar que a GM tente silenciar a categoria com medidas arbitrárias. O que vimos na última sexta-feira foi o Estado a serviço do capital privado, e isto não pode ser admitido. Vamos à luta para garantir as reivindicações desta campanha salarial e nossos direitos”, afirma o diretor do Sindicato José Francisco Sales.

Com a parada, deixaram de ser produzidos cerca de 25 veículos S10 e 100 motores.