Leia abaixo a matéria do sindicato filiado à CSP Conlutas sobre o desfecho da campanha salarial no setorOs metalúrgicos da General Motors, em São José dos Campos, aprovaram em assembleia, nesta segunda-feira, dia 13, o reajuste salarial de 9% (INPC 4,29% + 4,52% de aumento real), mais abono de R$ 2.200,00. Outros setores da categoria – autopeças, fundição e trefilação/refrigeração/laminação – também aprovaram, em Assembleia Geral, realizada na última sexta-feira, o reajuste de 9%. Nesses casos, a proposta patronal também será levada para votação nas fábricas.

Os trabalhadores já estavam em estado de greve para pressionar os patrões a avançarem nas negociações. Na GM, os trabalhadores chegaram a parar a produção no dia 2 por duas horas, e em todos setores foi aprovado aviso de greve. Com as mobilizações, os metalúrgicos também conquistaram, além do reajuste, 180 dias de licença maternidade – uma das principais bandeiras da categoria.

As negociações com a GM terminaram na madrugada de sábado, após 17 horas de reunião, iniciada às 9h de sexta-feira. A princípio, a montadora havia proposto apenas 0,7% de aumento real de salário. Ao final da reunião, chegou-se também ao piso de R$ 1.428, o que equivale a 9,38% de reajuste. Para os trabalhadores que recebem acima de R$ 7.730, será pago um fixo de R$ 686,00.

O reajuste é retroativo a 1º de setembro. A GM ainda se comprometeu a apresentar uma proposta de equiparação salarial, outra reivindicação da categoria, entre setembro e outubro.

A GM de São José dos Campos possui 8.500 trabalhadores e produz os modelos Meriva, Montana, Zafira, S10, Blazer e kits desmontados para exportação, além de motores e transmissões. Na campanha salarial do ano passado, os trabalhadores tiveram 3,7% de aumento real.

Entre os setores metalúrgicos que ainda não fecharam acordo estão eletroeletrônicos, máquinas, aeronáutico e estamparia. Todos já estão com aviso de greve protocolado.

“Tivemos um importante avanço este ano, com o índice de aumento real superior à inflação. As mobilizações foram fundamentais para que chegássemos a este acordo. Mas a campanha salarial ainda não acabou. Agora, vamos continuar a luta nos setores que ainda não apresentaram propostas”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Vivaldo Moreira Araújo.

Mancha fala com trabalhadores
O candidato ao governo do Estado pelo PSTU, Luiz Carlos Prates, o Mancha, participou da Assembleia Geral dos metalúrgicos, levando seu apoio à luta da categoria. Mancha é secretário-geral licenciado do Sindicato.

“Os metalúrgicos têm uma longa e vitoriosa trajetória de luta, que faz parte da história da classe operária deste país. Nesta Campanha Salarial, não deixamos de considerar o quanto os trabalhadores produziram e o quanto as empresas lucraram. É a partir deste cenário que conduzimos nossa luta”, afirmou.