Macapá, presidente do sindicato, em assembleia com metalúrgicos

Os metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos aprovaram, em assembleia, nesta segunda-feira, dia 2, um plano de lutas contra o provável fechamento do setor MVA (Montagem de Veículos Automotores) e a demissão de até 1.500 trabalhadores.

O plano inclui assembleias, paralisações na fábrica, manifestações de rua, caravana para Brasília, atos em frente a concessionárias Chevrolet e um ato nacional entre diferentes sindicatos e centrais sindicais.

Na última sexta-feira, em reunião com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, a direção da GM afirmou que reduzirá ainda mais a produção do setor MVA, onde são fabricados os modelos Corsa, Classic, Meriva e Zafira. O setor possui cerca de 1.500 trabalhadores.

A exemplo do que fez nos Estados Unidos e está fazendo na Europa, a montadora pretende tomar medidas drásticas para enxugar a mão de obra excedente. Desde o dia 18 de junho, o MVA vem operando sem o segundo turno. Além disso, a empresa abriu um PDV (Programa de Demissão Voluntária) que se encerra hoje.

O Sindicato reafirmou sua proposta para que a GM passe a produzir o Classic integralmente em São José dos Campos. Essa medida é viável e, por si só, garantiria a manutenção dos atuais postos de trabalho na fábrica, sem que houvesse a necessidade de gastos por parte da GM.

Atualmente, apenas parte do Classic é produzido em São José. A empresa afirmou que não há vetos para novos investimentos na planta local, mas que, no momento, não existem planos para isso.

Em defesa do emprego
O plano de lutas aprovado hoje faz parte da Campanha em Defesa do Emprego na GM, lançada pelo Sindicato.

“Os metalúrgicos vão para o enfrentamento contra o fechamento do MVA e as demissões. A partir de agora, vamos intensificar as mobilizações e resistir contra esse grave ataque da GM. Vamos buscar apoio de toda a sociedade, dos parlamentares e dos governos. Fazemos um chamado aos trabalhadores, à população e às organizações democráticas para que se somem a essa luta em defesa do emprego na GM”, afirma o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá.

Uma nova reunião entre Prefeitura e Sindicato vai acontecer nesta terça-feira, dia 3, para colocar o assunto novamente em discussão. Na última reunião, ocorrida dia 22 de junho, o Sindicato reuniu-se com secretários municipais e cobrou que a Prefeitura se posicionasse diante dos riscos de demissões. Na ocasião, os secretários Ricardo Dinelli (Relações do Trabalho) e José de Mello Corrêa (Desenvolvimento Econômico) disseram que só se pronunciariam em caso de demissão em massa.

“Queremos uma posição firme por parte da Prefeitura, Câmara de Vereadores, governos estadual e federal em defesa da manutenção dos postos de trabalho e contra o fechamento do MVA”, afirma Macapá.

O Sindicato também tentará uma nova reunião com o governo federal e com ministro do Trabalho, Brizola Neto, e uma audiência no Senado.