Foi a primeira grande mobilização na empresa em quase dez anosOs metalúrgicos da Embraer realizaram no dia 29 uma grande manifestação pela campanha salarial 2008. Cerca de 3 mil trabalhadores saíram em passeata por uma das principais avenidas de São José dos Campos (SP), atrasando a produção do segundo turno em uma hora.

A manifestação histórica foi a primeira grande mobilização que ocorre na empresa em quase dez anos. Ao final do protesto, os trabalhadores rejeitaram em assembléia o índice de 11,01% de reajuste sem direito a abono, apresentado pela patronal. Na mesma assembléia, foi aprovada a continuidade do estado de mobilização do setor aeronáutico, com possibilidade de greve por 24 horas.

A passeata foi uma forma dos trabalhadores pressionarem os patrões a elevar a proposta a ser discutida na próxima rodada de negociação, marcada para segunda-feira, dia 3, na Fiesp. A categoria reivindica, além do reajuste salarial, abono e redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e sem banco de horas.
“A Embraer tem condições de atender as reivindicações da categoria. Mesmo porque, outras empresas de menor porte já concederam reajustes maiores. Os trabalhadores sabem disso e estão dispostos a lutar”, afirmou o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

Mancha citou, durante a assembléia, os trabalhadores da Boeing, nos Estados Unidos, que estão em greve há 55 dias e que devem ser tomados como exemplo pelos metalúrgicos da Embraer.

Sindicato de luta
Com a retomada da representatividade dos trabalhadores do setor aeronáutico pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, outras mobilizações devem ocorrer nesta Campanha Salarial nas demais unidades da Embraer e empresas do setor.

Durante dois anos, a base dos metalúrgicos da empresa foi disputada pelo Sindiaerospacial, um sindicato atrelado à CUT e à direção da Embraer. Após uma intensa campanha promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos, os trabalhadores da empresa voltaram a ser representados pelo sindicato que representa a categoria há 51 anos.

“Esta passeata é uma grande demonstração dos trabalhadores, que estão recuperando o caminho da mobilização. A luta é o único caminho possível para dobrar a intransigência patronal. Por isso, os trabalhadores votaram que, se a intransigência persistir, vai ter greve”, disse o presidente do sindicato, Adilson dos Santos, o Índio.

*com informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP)

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