Nessa semana começou o programa eleitoral na rádio e na TV. Apoiados numa tremenda máquina eleitoral, os dois maiores partidos nas eleições (PT e PSDB) terão um tempo muito maior do que o da Frente de Esquerda. Isso sem contabilizar o que eles já têm tradicionalmente na grande imprensa e nas suas campanhas publicitárias de seus governos.

Mais uma vez, eles vão jogar com um componente fundamental que marcou outras eleições: a manipulação da população através de gigantescos aparatos de marketing eleitoral, pagos a peso de ouro.

O que move essas campanhas é o dinheiro dos banqueiros e grandes empresários, que pagam milhões aos marqueteiros de plantão. Com base em pesquisas diárias e na formação de grupos de opinião, esses marqueteiros descobrem o que os eleitores querem ouvir. A partir daí, definem-se os programas que vão ao ar, qual o discurso e a postura que o candidato vai apresentar, para se identificar com os desejos dos eleitores. Trabalha-se um candidato como um produto a ser “vendido” no mercado, como uma espécie de sabão em pó.

As eleições são transformadas numa farsa. Subitamente, quem sempre foi corrupto se torna honesto, quem sempre defendeu os ricos e poderosos, num passe de mágica, se transforma em defensor dos pobres e oprimidos.

O documentário “Bolívia: história de uma crise“, em cartaz nos cinemas, mostra os bastidores da campanha de Sanchez de Lozada, em 2002, para a presidência daquele país. Os marqueteiros, importados dos EUA a peso de ouro, conseguiram a façanha de eleger Lozada. O candidato, que seria deposto pelos mineiros e indígenas seis meses depois, conseguiu convencer o eleitorado de que seu “plano” iria reconstruir a economia da Bolívia e acabar com o desemprego. Isso mesmo sendo completamente vendido ao governo dos EUA e falar com sotaque norte-americano, por ter sido educado neste país.

Aqui no Brasil, o marketing eleitoral ganhou importância na virada dos anos 90, constituindo-se uma peça importante da democracia burguesa. Foi nessa época que Collor, verdadeiro símbolo da corrupção, chegou à presidência impulsionado pela Rede Globo, a partir da repetição exaustiva de sua imagem vinculada a um “jovem e moderno caçador de marajás, com disposição e força, para defender os descamisados”.
Duda Mendonça elegeu Maluf, um notório corrupto, como um “político que faz”. Depois elegeu Pitta e a seguir… Lula.

Nesta semana, quando a propaganda eleitoral entra em cena, é importante conhecer um pouco sobre sua história e métodos para que também possamos combatê-los. Também vamos apresentar nossa forma de fazer campanha na TV, utilizando esse espaço para fortalecer a luta dos trabalhadores.

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