O ano de 2004 serviu para desmascarar a mentira da política externa “independente“ do governo LulaNo início deste ano muitos viam a política externa do governo Lula como progressista. Falava-se da “ala à esquerda do governo” representada pelos diplomatas do Itamaraty. Até mesmo setores da esquerda compartilhavam dessa opinião e diziam que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendia a soberania do país nas negociações da Alca.

O ano de 2004 serviu para desmascarar mais esta mentira sobre o governo Lula. O governo e seus diplomatas do Itamaraty atenderam prontamente ao apelo da ONU, que é comandada pelos Estados Unidos, para enviar tropas de ocupação para o Haiti. Depois de expulsar o presidente Bertrand Aristide, os imperialismos ianque e francês precisavam “estabilizar” a área. E Lula se prontificou a cumprir esse papel. Usou até mesmo o futebol para desarmar a população haitiana.

Os 1.200 soldados brasileiros que estão agora no Haiti não prestam “ajuda humanitária”, como Lula quer nos fazer acreditar. As tropas brasileiras estão neste momento reprimindo nossos irmãos haitianos. Na semana passada, vimos soldados brasileiros defendendo Colin Powell, um dos falcões de Bush, que em visita ao Haiti foi recebido à bala por rebeldes. Como se não bastassem a submissão política e econômica, agora Lula coloca as forças armadas do país à disposição de Bush.

O governo brasileiro não esconde sua intenção de conseguir uma vaga no Conselho de Segurança da ONU. Acha que, com medidas como essa, pode conseguir uma cadeira na reforma da ONU conduzida por Kofi Annan, o presidente fantoche da Organização. Porém, a ONU só tem uma finalidade: garantir os interesses do imperialismo sobre o resto do mundo. Foi assim na ocupação de Kosovo e na Iugoslávia. Isso para não falar dos 10 anos de bloqueio imposto pela ONU ao Iraque, que causou a morte de mais de um milhão de crianças, que não tinham acesso a medicamentos básicos. Se o Brasil fizer a lição de casa direitinho, como vem fazendo, e se ocasionalmente ganhar de presente uma cadeira no Conselho, isso não vai mudar.

Muito pelo contrário. O Brasil estará mais ainda sujeito às vontades do Império. Por isso, é fundamental que toda a esquerda exija a imediata retirada das tropas de ocupação do território haitiano. É preciso ainda denunciar a ONU como um organismo imperialista travestido de entidade humanitária internacional.

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