Os marqueteiros são mercenários da política: trabalham para quem paga mais. Seus salários são milionários, mas a real recompensa começa com a vitória de seus candidatos. Foi assim com Duda Mendonça que, depois de ajudar a eleger Lula, assumiu o controle, em 2003, de bilhões em verbas publicitárias governamentais.

João Santana e Luiz Gonzáles, marqueteiros de Geraldo Alckmin e de Lula, são atualmente responsáveis pelas propagandas dos governos de São Paulo e do governo federal. Nesse período aproveitaram para faturar alto em contratos de publicidade.
O jornalista João Santana, marqueteiro do presidente Lula, foi sócio da A2CM Limitada, a empresa que Duda Mendonça utilizava para fazer suas campanhas com dinheiro clandestino. A empresa só foi desfeita em 2003. Depois da saída de Mendonça do governo, em meados de julho de 2005, devido as suas declarações na CPI dos Correios de que recebeu pagamentos pela campanha de 2002 em paraísos fiscais, Santana foi conduzido ao Planalto pelo então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e assumiu a publicidade institucional do governo. Sua estratégia na campanha de Lula é passar longe do escândalo do mensalão. Santana também conduziu Eduardo Duhalde – ex-presidente argentino – ao Senado do país.

Gonzáles, responsável pela campanha de Alckmin, por exemplo, ganhou com a sua agência Lua Branca R$ 25 milhões em 2005, em uma licitação promovida pela Secretaria de Comunicação do governo paulista. O valor representa mais da metade dos recursos pagos pela pasta da Comunicação em 2005, que alcançaram cerca de R$ 44 milhões.

Na mesma licitação, uma conta de publicidade, no valor de R$ 23 milhões, foi vencida pela agência DPZ, que acabou sub-contratando a produtora de vídeo GW Comunicação, da qual Gonzáles é sócio. O valor deste sub-contrato não é informado.
Na campanha de Alckmin, o marqueteiro vai enfocar a faixa do eleitorado mais pobre, onde o tucano tem os piores desempenhos nas pesquisas.

Gonzáles foi o responsável pela histórica vitória de Mário Covas sobre Paulo Maluf em 1998. Também trabalhou nas campanhas de Fernando Henrique em 1998, na de Alckmin em 2002 e na de Serra ao Senado em 1994 e à prefeitura paulistana, em 2004.

Além disso, os partidos utilizam escandalosamente a máquina do Estado para beneficiar seus candidatos. Em São Paulo, o governo do PSDB aumentou suas inserções publicitárias e está gastando R$ 50 milhões em propaganda. Nacionalmente, o governo Lula prevê gastar R$ 1.143 milhão em publicidade para promover o pífio crescimento da economia e tentar ajudar os candidatos do PT.
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