Condenação de Pablo Paredes foi leve. Ativistas contra a guerra comemoram nos EUA o resultadoNo dia 6 de dezembro o oficial da Marinha Pablo Paredes recusou-se a embarcar para combater no Iraque. Ele teve seu pedido de objeção de consciência negado e, por isso, foi a julgamento por desobediência. Uma corte marcial especial realizou o julgamento no dia 11 de maio, na cidade de San Diego. Em sua fala, Pablo Paredes baseou-se na crença que a guerra do Iraque é ilegal e que ele teria como dever não participar dela. Disse ainda que queria “colocar a guerra em julgamento”, mas essa defesa não foi aceita pelo juiz.

A sentença, anunciada no dia seguinte, determina dois meses de restrição, três meses de trabalhos forçados, e reduziu a patente de Paredes, em um nível.

O advogado de defesa de Paredes convocou a professora Marjorie Cohn, especialista em direito internacional, para testemunhar. Em seu depoimento, ela afirmou que a guerra do Iraque é ilegal porque não obedece a nenhum dos dois critérios estabelecidos pela Carta das Nações Unidas: auto-defesa, coletiva ou individual, e autorização pelo Conselho de Segurança. Esses critérios foram ratificados pelo Congresso norte-americano. Para Cohn, portanto, qualquer soldado poderia negar-se a combater no Iraque, já que a participação na guerra constituiria uma violação da lei do país.

Quando o juiz disse concordar com os argumentos da professora, os apoiadores de Paredes – que tornou-se um dos símbolos da resistência dos soldados, ganhando apoio de várias partes dos EUA – ficaram perplexos.

O promotor de acusação propôs como sentença nove meses de prisão, multa máxima, redução à mais baixa patente e desligamento por má conduta. Mas o resultado proferido pelo juiz, bem mais ameno, foi comemorado pelos diversos movimentos contra a guerra que se engajaram na defesa. Jeremy Warren, o advogado de Pablo, declarou que a sentença foi uma afirmação do direito de soldados e oficiais falarem publicamente a respeito de assuntos como a guerra do Iraque.

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