Prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan (à direita), em campanha com Aécio Neves em Porto Alegre
Redação

O prefeito de Porto alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB) vem promovendo ataques ao funcionalismo público municipal com um pacote recheado de maldades. A nova administração municipal já começou o ano prejudicando a vida dos servidores.

Em julho, o prefeito parcelou os salários dos funcionários, mesmo tendo dinheiro em caixa e contrariando uma ordem judicial. De acordo com o Portal da Transparência, a situação financeira da prefeitura é superavitária. A decisão do prefeito Marchezan é política e não é justificada pelos dados contábeis.

A Prefeitura teve a receita líquida na casa dos bilhões, mais de R$ 2.800 bilhões, até o dia 28 de junho, e pagou em contas pouco mais de R$ 2.300 bilhões. Restou em caixa R$ 478 milhões. Essa receita é destinada somente ao pagamento de servidores.

Estamos vivendo ataques brutais à classe trabalhadora em níveis federal, estadual e municipal. Todos os dias, assistimos na mídia o desmonte da saúde pública e da educação, além de outras áreas prioritárias. Simultaneamente, também vemos a corrupção instalada no Brasil envolvendo políticos, empreiteiras, empresas privadas, empresários etc.

Nesse cenário de fraudes, malas de dinheiro e libertação de políticos e empresários que roubam milhões, estão os trabalhadores e trabalhadoras, os únicos que produzem toda a riqueza do Brasil. A exploração do sistema capitalista faz milhões de trabalhadores lutarem todos os dias para garantir as mordomias de meia dúzia de ricos que não passam de parasitas.

Projeto de lei complementar
Além de todos os ataques, o prefeito tira da cartola o Projeto de Lei Complementar (PLC) 004/17, que aumenta a contribuição para a Previdência, inclusive dos aposentados. O PL trata das alíquotas de contribuição previdenciária dos Servidores Públicos de Porto Alegre ao Previmpa. O desconto passaria de 11% para 14%. Os servidores inativos também passariam a contribuir com esse valor.

A saúde vai de mal a pior
A redução de leitos, combinada com a não nomeação de novos servidores é mais um retrocesso e um ataque à população da cidade. No Hospital de Pronto Socorro da capital gaúcha, Marchezan está dando um fim à enfermaria de traumatologia. São 11 leitos masculinos que foram desativados em 28 de junho 2017. O prefeito desrespeita as mulheres e fere o direito à privacidade, pois vai misturar pacientes masculinos e femininos aos dez leitos que restam na unidade e que passarão para a ala feminina da enfermaria.

Como se não bastasse a falta de nomeação de novos servidores conforme as necessidades dos porto-alegrenses, ainda restringe os leitos do SUS disponíveis e contrata 45 profissionais para atuar nas equipes de saúde sem concurso público.

O Hospital Presidente Vargas, referência no atendimento materno-infantil, enfrenta uma nova crise com a tentativa da prefeitura de sucatear a instituição para justificar uma Parceria Público-Privada. Hoje, o hospital é totalmente mantido pelo SUS. As pessoas que o acessam são usuários com capacidade financeira reduzida e estão deixando de ser atendidas por falta de políticas públicas e de pessoal.

Lutar não é crime
Cresce o número de pessoas indignadas com os desmandos dos governos. Os Dias 8 e 15 de março demonstraram esse fato e culminaram em duas greves gerais nacionais que precisam ocorrer mais vezes e de maneira mais forte, sem o recuo e boicote das centrais que negociam acordos com governos e patrões. Em Brasília, os trabalhadores e trabalhadoras deram sua demonstração de poder no dia 24 de maio. Nos dias 28 de abril e 30 de junho, pararam diversos setores pelo país.

Protesto em frente ao Hospital Materno Infantil Presidente Vargas

A cada dia, há mais lutas nas ruas e, por conta disso, os governos reagem com repressão policial. Usam a força porque não conseguem justificar os argumentos dos seus ataques aos trabalhadores e trabalhadoras. Essa reação ofensiva e brutal se deu em várias capitais no último dia 30 de junho, dia de mobilizações e paralizações.

Dentre elas, Porto Alegre, onde manifestantes foram abordados com truculência, opressão e humilhação. Um professor da rede estadual de ensino foi preso e chegou a ser mandado para o Presídio Central apenas por lutar contra as reformas e contra o governo e Congresso corruptos. A tentativa de criminalizar os movimentos sociais com o aval da Justiça não amedronta. Só causa mais indignação aos trabalhadores e trabalhadoras que estão no mesmo barco e vão reagir com mais força para mudar a situação.

DIGA FORA!
Ao aumento da contribuição previdenciária
Ao desmonte da saúde
Aos ataques de Marchezan

Fora Temer! Fora todos eles!
Que os trabalhadores e trabalhadoras tomem as rédeas da situação por meio de conselhos populares!

Por Marlise Ferreira, de Porto Alegre (RS)