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A marcha contra a política econômica do governo federal já ocupa as ruas de Brasília. Caravanas de ônibus de todas as regiões do país trouxeram milhares de manifestantes à capital federal. A marcha saiu da frente do Estádio Nacional (Mané Garrincha) e já está na Esplanada dos Ministérios.

Segundo informações preliminares, mais de 15 mil manifestantes participam da marcha. Contudo, o número pode aumentar, pois ainda estão chegando novas caravanas.

A marcha deste dia 24 trouxe a Brasília diversas bandeiras de luta como a anulação da reforma da previdência de 2003 comprada com dinheiro do mensalão; o fim do fator previdenciário sem a aplicação da fórmula 85/95, que também prejudica as aposentadorias; o atendimento das reivindicações dos professores estaduais em greve; a defesa da reforma agrária e dos direitos dos trabalhadores.

Umas das principais bandeiras é a luta contra o chamado Acordo Coletivo Especial, o ACE, que pretende flexibilizar a legislação trabalhista fazendo prevalecer os “acordos negociados”, sobre a lei.

A marcha conta com uma forte presença dos movimentos por moradia. O destaque ficou pra coluna do Movimento Sem Teto do Brasil (MSTB). 

“Reforma agrária, urgente e necessária”

Sob essa palavra de ordem, muitos trabalhadores do campo ganham destaque na marcha. Há colunas da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Ferasp) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), entidades que representam a lutas dos trabalhadores do campo por terra e melhores condições de trabalho.  Essas reivindicações serão levadas à audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, logo mais.

Também há uma importante participação dos professores estaduais, com o destaque para os do Rio Grande do Sul, representados pelo CEPERS (sindicato da categoria) e de São Paulo, representados pela Apeosp. Na última sexta-feira, os professores da rede estadual de São Paulo deflagraram uma importante greve reivindicando a reposição salarial 36.74%, que são as perdas desde 1998. Além disso, está sendo convocada uma greve nacional da categoria que começou no dia 23, e termina no dia 25.

 Operários de Belo Monte denunciam repressão

Também estão presentes um grupo de operários que fizeram parte da última greve da Usina Hidroelétrica de Belo Monte. Mais de dois mil foram demitidos na última greve realizada pelo setor. Os operários denunciam a repressão que sofreram por parte do governo federal e das empresas que constroem a usina.  “Viemos aqui pra denunciar a vergonha que é a situação de Belo Monte. A gente não pode nem reclamar que somos reprimidos pela Força de Segurança nacional. É pior que a ditadura. Trabalhamos com um fuzil apontado pra nossas cabeças”, diz Edvaldo Gonçalves, que trabalhou nas obras da usina até ser demitido em abril.

 Fora Feliciano já !

Como não poderia deixar de ser, os ativistas em Brasília também chamam o “fora Feliciano”, deputado homofóbico que preside a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) Federal. Com uma imensa faixa representado as cores do arco-íris LGBT, os ativistas gritam: “Eu amo homem, amo mulher. Tenho direito de amar quem eu quiser”. Daqui a pouco será realizado um  beijaço  que pedirá a saída do deputado federal Marco Feliciano da direção da (CDHM).

Os vereadores do PSTU, Amanda Gurgel (Natal) e Cleber Rabelo (Belém) também estão presentes na marcha.

Além de percorrer as ruas do centro de Brasília na parte da manhã, à tarde haverá reuniões com órgãos do governo e visita ao Congresso Nacional para levar as reivindicações dos trabalhadores. Confira:

14h00 – Audiência no MEC (Ministério da Educação) com o CPERS-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação-RS). Todos os setores da educação (ANDES-SN, Anel, Fasubra, Sinasefe) também irão para o MEC, pedir audiência com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, sobre o encaminhamento concreto das demandas do setor (10% PIB para Educação, revogação da EBSERH (privatização dos hospitais universitários), piso nacional dos professores estaduais e 1/3 no salário de atividade extraclasse).

14h00 – Os servidores públicos federais se concentrarão na sede do Ministério do Planejamento (Bloco K) para cobrar audiência sobre as reivindicações do setor, que está em campanha salarial.

14h00 – Os estudantes e setores ligados à luta contra o machismo, o racismo e a homofobia, farão protesto contra a presença do pastor Marcos Feliciano à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

17h30 – Haverá audiência na Secretaria Geral da Presidência da República com a CSP-Conlutas e comissão de entidades que estão participando da marcha.