A aprovação do texto-base, na noite desta terça-feira, não diminui a disposição de luta dos manifestantes que chegaram a capital para a marcha contra a reforma da Previdência. Foram 70 manifestantes, vindos em 700 caravanas de todo o país, no maior ato realizado no governo Lula.

O Governo montou uma grande operação para isolar os manifestantes. Os acessos ao Congresso foram bloqueados e, assim como na votação de ontem, ninguém pôde assistir a sessão do Congresso. Repetindo o que Fernando Henrique e Antônio Carlos Magalhães fizeram com a caravana do Brasil Outros 500, o governo orientou a Polícia Rodoviária Federal para que parasse todos os ônibus e atrasasse a chegada deles à Brasília. Cerca de 40 ônibus ainda permanecem retidos nas estradas.

Às 9 horas, manifestantes começaram a se concentrar em frente à Catedral de Brasília, e às 11h, saíram em passeata pelo eixo monumental até o COngresso Nacional. Durante a passeata, os carros de som reproduziram a fala de Lula, no ano passado, na qual o presidente diz que “se vier alguém aqui falar em mudança na Previdência estará mentindo“. Vários caixões, representando lideranças do governo e bonecos de Lula e Berzoini foram levados na Marcha.

O forte aparato policial, que não se via nem na época da ditadura militar, não intimidou. Por volta das 14h, os servidores públicos realizaram um ato em frente ao Palácio do Planalto. Pouco depois, Os ativistas invadiram a parte superior e tentaram entrar no Congresso Nacional, e houve confronto com a segurança da Casa e PMs. Vidros foram quebrados e dois servidores foram detidos e liberados agora há pouco, após a negociação com parlamentares. Adriano Silva, 23, servidor de Guarulhos, foi arrastado e agredido por cerca de 10 seguranças. As agressões só foram interrompidas com a chegada de parlamentares. Ele foi levado ao setor médico do Congresso Nacional.

A coluna do PSTU era uma das mais expressivas com cerca de 1400 militantes e diversas bandeiras.
No final do ato houve uma plenária na banca do partido,onde foi feito convite para que as pessoas que ajudem a fortalecer o PSTU e assim a contribuir efetivamente para a construção de um novo partido socialista e de luta. O convite foi feito à base do PT e a militantes que não estão organizados em partido.