[25/11 – 14h45] Depois das falas finais, alguns grupos culturais se revezaram, apresentando animadas e criativas críticas ao governo. Dentre deles, destacaram-se o xote apresentado pelos estudantes da Universidade Federal da Paraíba e uma representação teatral criada pelos alunos da Universidade de Brasília.

Muitos manifestantes, contudo, ainda têm mais um compromisso: por volta das 15 horas, uma comissão de sindicalistas, parlamentares e dirigentes estudantis irá à Embaixada da Argentina para protestar contra a prisão de companheiros e companheiras que lutavam contra o desemprego em Caleta Olivia.

Um dia de lutas contra as reformas

As caravanas que partiram de todos os pontos do país começaram a chegar em Brasília ainda durante a madrugada. Por volta das 11h, os manifestantes deixaram o ponto de concentração na Catedral e começaram a se dirigir para a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes, onde ocorreram quatro paradas — os Ministérios da Reforma Agrária, do Trabalho e da Educação e o Congresso Nacional — onde foram realizados protestos contra as reformas Trabalhista, Sindical e Universitária e em repúdio à política agrária do governo e o mais recente massacre de sem terras, ocorrido em Felisburgo, Minas Gerais.

Tendo à frente os bonecos gigantes de Olinda (alguns deles em representando os traidores Berzoini, Tarso Genro e Palloci), a Marcha saiu ao som da palavra-de-ordem “Um, dois, três, quatro, cinco mil, ou pára está Reforma, ou paramos o Brasil!” .

Na primeira parada, no Ministério do Trabalho, entre cada fala dos organizadores da Marcha, Berzoini recebia uma atenção especial entoada em uníssono pelos milhares de participantes: “Berzoini, seu pelegão, esta reforma é coisa de patrão!” e

No frente do Ministério da Educação, o alvo preferencial, além da própria reforma Universitária, foi a União Nacional dos Estudantes, aliada incondicional do projeto de privatização do ensino público que está sendo proposto por Lula. Em diversos momentos, os estudantes gritavam “Reforma vem, a UNE some, não fala em nosso nome!” e “Romper com a UNE! É pra ação! Está surgindo uma nova direção!”. .

No Congresso Nacional, onde ocorreu o principal ato, os manifestantes deixaram claro que não estão dispostos a permitir que a corja que se encontra encastelada no parlamento confisque nossos direitos, privatize nossa educação e continue implementando os planos do FMI (inclusive através da Alca).

A Marcha do dia 25, construída contra a vontade da CUT e da UNE e sem o apoio de importantes setores do movimento de massas, como o MST, é uma demonstração de é possível barrar estes ataques. O que precisamos, como ressaltou Júlia Eberhardt, no final do ato, é nos organizarmos de forma independente e com uma clara perspectiva socialista e revolucionária, de ruptura com a lógica do capital.

  • Conheça a letra do xote feito pelos alunos da UFPB