Uma marcha com cerca de 800 pessoas que vieram participar do Fórum Social Mundial, em Salvador, levantou bandeiras de solidariedade com o povo haitiano.Organizada pela Conlutas, Intersindical, Consulta Popular, PSTU, P-SOL e diversas entidades dos movimentos sociais e do movimento negro, a marcha defendeu uma campanha de doações aos movimentos sociais e de trabalhadores do Haiti. Além da defesa da solidariedade, denunciou a ocupação militar por tropas brasileiras naquele país e o envio de 13 mil soldados norte-americanos.

“Se esses países tivessem interesse em garantir ajuda humanitária, estariam enviando médicos, enfermeiros, bombeiros e não soldados. O que está acontecendo no Haiti é a intensificação da ocupação militar para oprimir ainda mais as lutas daquele povo”, disse o dirigente da Conlutas José Maria de Almeida.

Iniciada na praça Campo Grande, a marcha seguiu pela avenida Sete de Setembro até a praça da Piedade, onde ocorreu o ato de encerramento.

Após o encerramento, foi ouvido um tiro. Um policial havia atirado em um mendigo, o que provocou revolta de manifestantes e de pessoas que passavam pelo local. Aquele ato de violência era uma expressão da descriminação pela qual passam os negros, tanto no Haiti, como no Brasil.

Segundo uma pessoa que assistiu à atitude criminosa do policial, o mendigo, morador de rua, é conhecido na região. Chama-se Lázaro e faz poesia e artesanato. Ele foi levado em ambulância ao hospital e a população presente impediu que um policial entrasse na ambulância, sob a acusação de que era assassino.

O movimento organizado, presente na marcha em solidariedade ao povo haitiano, irá prestar queixa do que ocorreu.