No dia 8 de março, cerca de 3 mil pessoas participaram da passeata paulista pelo Dia Internacional da Mulher Trabalhadora. A concentração teve início às 14h, na Avenida Paulista, de onde a passeata seguiu até o centro da cidade. Mais de 80 entidades participaram do ato, entre eles a Marcha Mundial de Mulheres, o MST, União Brasileira de Mulheres (UBM), movimentos sem-teto, CUT, Conlutas e Conlute, além dos partidos PSTU, P-SOL, PT, PCdoB, PCB, PCO e diversas organizações políticas.

Sendo uma marcha unitária, dirigida por setores aliados ao governo, não é de estranhar que Marta Suplicy tenha ocupado o palanque do ato. Marta falou durante a concentração, ressaltando a importância das mulheres ocuparem cargos no executivo e no legislativo. Apesar dos setores petistas e governistas presentes que aplaudiram a ex-prefeita, uma boa parcela engrossou o refrão chamado pela coluna da Conlutas: “Ô, ô, ô Marta, que papelão, o seu governo é do mensalão!”.

A chuva insistente que acompanhou o protesto desde o início não desanimou ninguém. As manifestantes responderam em coro que: “Pode chover, pode trovejar. A mulherada da Conlutas não pára de lutar!”. A ala da Conlutas foi uma das mais animadas, cantando os refrões durante todo o percurso, tendo à frente um caminhão de som que foi dividido entre PSTU e P-SOL, em importante unidade para a luta.

Rio Grande do Sul tem protestos da Conlutas e camponesas
Em Porto Alegre o ato foi organizado pela Conlutas, na Esquina Democrática, no Centro da cidade. Participaram representantes do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado, Sindicato dos Trabalhadores de Correios, Associação dos Servidores da Secretaria Municipal de Saúde, Oposição Bancária e Oposição à Associação dos Servidores da UFRGS. A juventude esteve presente através da Conlute, que fez parte da construção da atividade. Também marcaram presença trabalhadoras em educação, em greve desde o dia 2, representando a oposição ao sindicato.

A maioria das falas manifestou a enorme contrariedade ao governo Lula, que aprofundou os ataques às mulheres ao invés de resolver os graves problemas existentes, criando uma secretaria fantasma e sem verbas – a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

Houve no estado também outros protestos. Em Barra do Ribeiro, cerca de duas mil mulheres invadiram as instalações da Aracruz Celulose e atacaram o horto florestal da empresa, em um ato contra as enormes plantações de eucaliptos que podem ser vistas na região (ver página 5).
Post author Yara Fernandes,da redação, e Luciana Candido, de Porto Alegre
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