No último domingo (29), aproximadamente 15 mil pessoas estiveram presentes na 1ª Marcha da Segurança Pública em Copacabana, que contou com a união dos trabalhadores das Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros, para denunciar o salário de miséria e as péssimas condições de trabalho das corporações. Nem a chuva foi capaz de impedir a mobilização, que recebeu amplo apoio da população. Bandeiras, lenços e toalhas vermelhas foram estendidos pelos moradores do bairro em suas janelas em solidariedade aos profissionais da segurança.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) foi o principal alvo dos manifestantes, e não era para menos. Em 2011 esse senhor prendeu 439 bombeiros, os chamou de vândalos e covardes, e concedeu um reajuste de apenas 5% e outras migalhas. Em um estado onde as obras de reforma do Maracanã já ultrapassaram o valor de R$ 1 bilhão e possui o segundo maior PIB do país, é inadmissível que o salário inicial dos policiais militares seja R$ 780, dos civis R$ 1.492 e dos bombeiros R$ 1.198,24 (incluindo soldos e gratificações).

Fernando Bandeira, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (SINPOL) fez a seguinte declaração: “Queremos ter o salário vinculado com o delegado de polícia. Hoje nós policiais não ganhamos nem 20% do vencimento deles. É importante essa união, vamos aguardar até o dia 10, caso não aconteça uma reunião com o Governo estaremos todos juntos, unidos para uma Greve Geral.”

Cyro Garcia, presidente do PSTU-Rio, arrancou eufóricos aplausos ao denunciar a hierarquia conservadora e reacionária das Forças Armadas, e chamar a greve como única forma de derrotar o governador e conquistar as reivindicações. A Central Sindical e Popular Conlutas também esteve presente e lembrou o massacre à comunidade do Pinheirinho em São José dos Campos (SP).

Dia 8 de fevereiro haverá uma última rodada de negociações dos três segmentos com o Governo do Estado, e dia 9 uma nova assembleia unificada, às 18h, na Cinelândia, Centro do Rio. A disposição das corporações é seguir na luta e cruzar os braços. “A nossa arma é a greve”, disse um policial que não quis se identificar.