Ato da direita nesta quarta-feira, dia 6, reuniu pouco mais de 100 pessoasEnquanto o movimento da ocupação de fortalece cada vez mais, um grupo de diretores de faculdade da USP tentou chamar atenção da imprensa com a frustrada tentativa de realizar um ato contra a ocupação. Convocada por congregações, professores reacionários ligados as fundações privadas e que não participam das assembléias da categoria, listas oficiais de e-mails dos funcionários e divulgada com grande estardalhaço, essa marcha tinha como mote garantir a desocupação da Reitoria e contra os ativistas que estão lutando em defesa da educação, chamados de baderneiros e vândalos. Era impossível não lembrar das passeatas organizadas pela direita em 1964.

Preocupados em evitar cair em provocações, os estudantes, funcionário e professores prepararam uma recepção em defesa da educação e de apoio a ocupação. Segundo o professor de história da USP Osvaldo Coggiola, a intenção desse ato chamados pelos diretores era “ criar o enfrentamento para legitimar a entrada da polícia“. As 11 da manhã, pouco mais de 100 pessoas do ato da direita estavam em frente ao relógio, com apoio da Guarda Universitária e de policiais militares usando carros oficiais da universidade. A poucos dali, quase mil grevistas e apoiadores cercavam a Reitoria, num ato de apoio a ocupação. O jornal Folha de S. Paulo conseguiu uma proeza, ao estabelecer um número exato de participantes – 173. Deve ter sido a primeia vez que isso foi possível em uma manifestação.

Não tinha nenhum funcionário técnico e cerca de 40 alunos trazidos pelos professores participaram do ato reacionário. Segundo um estudante da economia que participa da ocupação, houve passagem em sala na sua faculdade onde era chamado o ato “ para expulsar os fefelentos e favelados da Reitoria“. Alguns participantes ouvidos pela reportagem afirmaram desconhecer o teor dos decretos de José Serra. Outros declararam que são contra a ocupação porque pode “ acabar com a credibilidade do diploma da USP para o mercado“ e que “as atividades esportivas estão suspensas por causa da greve“.

Logo após a dissolução do pseudo-ato, professores, funcionários e estudantes realizaram um abraço simbólico em volta da ocupação, antes do início das atividades do Encontro Estadual das Universidades Públicas.

  • Veja no blog Molotov a charge de Latuff sobre o ato da direita