Na rasteira do Waldomiro, o que cobrava propina para favorecer bicheiros, apareceu um tal de Rogério Buratti. Se Waldomiro era secretário do ministro José Dirceu, Buratti foi secretário de Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto. Ele teria participado da renovação do contrato milionário que a multinacional Gtech fez com a Caixa Econômica Federal (CEF). Segundo a direção da multinacional, Waldomiro teria exigido a contratação de Buratti, pela bagatela de R$ 6 milhões, em troca de interceder pela renovação do contrato, que renderá à Gtech R$ 600 milhões em tarifas. É mole!

Enquanto corruptos e corruptores andam às soltas e Lula vai fazendo o terceiro mandato de FHC, entregando bilhões para os banqueiros, os trabalhadores vão de mal a pior.

No lugar do “espetáculo do crescimento”, todos viram o espetáculo dado por Edvaldo Lima Araújo que ameaçou se jogar da galeria do Plenário do Senado Federal — de uma altura de 6 metros —, por estar desempregado há dois anos, com fome e desesperado.
O arrocho anda tão brabo, que uma pesquisa da Federação do Comércio revelou que 76% dos consumidores da região metropolitana de São Paulo não pretendem comprar absolutamente nada nos próximos 60 dias.

Não bastasse, o governo Lula, tão prestativo com o FMI e com Bush, a ponto de se comprometer a enviar tropas para ocupação militar do Haiti – uma VERGONHA!!! – propõe uma reforma sindical, que prepara a retirada de direitos históricos dos trabalhadores.

Para tentar fugir da crise instalada com os escândalos de corrupção e também do desgaste da operação abafa CPI (terreno no qual, sejamos justos, com a ajuda de Sarney, este governo inovou em relação à FHC) Lula reuniu-se com o presidente argentino Néstor Kirchner para tentar parecer que joga duro com o FMI. Mas o tal documento lançado pelos dois, além de não alterar em nada os compromissos com a agiotagem internacional , é tão pífio que nem como disfarce serve.

Se a oposição burguesa (PSDB e PFL) e mesmo os aliados governistas, como o PMDB e PL, fazem marola visando unicamente votos nas eleições de 2004, uns e cargos e outras vantagens, a ponto do Presidente do PL, num arroubo, pedir Fora Palocci!, os debaixo vão aprendendo que o “Lulinha paz e amor com o FMI” só ferra trabalhador. E, no compasso da experiência com o governo, a classe trabalhadora vai encontrando o caminho da luta, apesar das direções chapa-branca que estão nas entidades gerais.
As direções governistas, como a CUT, no máximo resmungam contra “a política econômica” e prometem mobilizar em prol de reivindicações da patronal, como diminuição dos juros, ao mesmo tempo que conduzem junto com o governo o golpe da reforma sindical.

É preciso unificar as lutas por emprego, salário e terra; contra as reformas e pela ruptura com a Alca e o FMI.

É hora de construir uma alternativa de esquerda pra valer a esse governo. Uma alternativa no terreno das lutas, que permita desbloqueá-las e unificá-las e, nesse sentido, o Encontro Sindical Nacional realizado nos dias 13 e 14 em Luziânia foi um passo importante.

Mas é preciso também construir uma alternativa política de classe, de luta, socialista e revolucionária em nosso país. Um partido comprometido com a construção de um governo dos trabalhadores sem burgueses e com uma transformação socialista em nosso país, que rompa com tudo isso que está aí.
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