Eike Batista, bilionário com a ajuda dos governos

O bilionário Eike Batista é o exemplo de como se constrói um capitalista. Isto é: com corrupção, tráfico de influência, informações privilegiadas, isenções fiscais e outras maracutaias para o acúmulo do capital.

Ele ganhou muito dinheiro na indústria de mineração com as informações privilegiadas, primeiramente dadas a seu pai, o empresário Eliezer Batista, então ministro das Minas e Energia no governo João Goulart e posteriormente presidente da Companhia Vale do Rio Doce em grande parte do período militar.

Para garantir isso atualmente, Eike desembolsa considerável quantia em doações para candidatos e partidos políticos de vários estados. Nas eleições de 2006, contribuiu com R$ 4,5 milhões. Foi o maior doador da campanha de Waldez Góes, ex-governador do Amapá, e também o maior doador de pessoa física para a campanha de reeleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva, com um milhão de reais. Foi também o maior patrocinador privado do filme “Lula, o filho do Brasil”, de Luiz Carlos Barreto, doando um milhão de reais para o projeto cultural. Em 2010, Eike colaborou com R$ 500 mil para a campanha eleitoral de Marina Silva à Presidência da República.

Já em 2006 ganhou muito dinheiro quando vendeu, por 137 milhões de dólares, uma termoelétrica no Ceará, apelidada de “Termoluma” para a Petrobrás. Uma usina que não era utilizada porque não havia demanda, dando prejuízo à empresa.

Eike Batista tem sido alvo da investigação de uma operação da Polícia Federal, a “Toque de Midas”, que investigava possível financiamento ilícito de campanha política que visasse facilidade na concessão de licitações em determinadas áreas de exploração mineral no Estado do Mato Grosso e fraude no processo licitatório de concessão da Estrada de Ferro do Amapá (EFA), operada pela MMX. Em 2006, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro considerou Eike responsável pela falência de dez franqueadas da FLX Consultoria e Franchising Ltda., que comercializavam produtos da marca Clarity.

Em junho de 2008, a oferta pública inicial de ações da OGX Petróleo Gás e Participações na Bovespa atinge 6,711 bilhões de reais, tornando-se a maior oferta pública inicial da história da bolsa brasileira.

Na indústria petroleira OGX conta com o apoio de José Dirceu como consultor, contratado inicialmente para intermediar negociações quando teve problemas com o governo Evo Morales na Bolívia, ao tentar implantar uma siderurgia. O mesmo José Dirceu que alguns sindicatos petroleiros da FUP pretendem defender da acusação de corrupção.

Trouxe grandes executivos para trabalhar em suas empresas, oferecendo vantajosas participações no capital e paga generosas comissões a banqueiros de investimento que, assim, passam uma ótima imagem dele e traz grande valorização para suas empresas.

Cooptou Rodolfo Landim, que trabalhou 26 anos na Petrobrás, onde exerceu o cargo de Diretor e Gerência Geral de E&P (Exploração e Produção) e cargos na Gaspetro e BR Petrobrás Distribuidora, com quem fundou OGX Petróleo e Gás, deixando-o na presidência. Hoje, Landim abriu seu próprio negocio, a Ouro Preto Óleo e Gás e a Mare Investimentos. Levaram para a OGX ainda o chefe da gerência executiva de exploração, o geólogo Paulo Mendonça, e depois, vários técnicos da Petrobrás.

Para coroar a empreitada, levaram dois ex-ministros do governo Fernando Henrique: Pedro Malan e Rodolpho Tourinho, que juntaram a assessoria com José Dirceu. Com todo este lobby, Batista abocanhou áreas do Pré-sal e hoje anuncia ter 10 bilhões de barris, que valem 100 bilhões de dólares.

A Petrobrás, durante a vida inteira, conseguiu descobrir 20 bilhões de barris de petróleo, antes do Pré-Sal. E agora a OGX já tem 10 bilhões de barris consolidados. Os Estados Unidos inteiros têm 29,4 bilhões de barris. Também anunciou que estará produzindo, em breve, 1,4 milhão de barris por dia — o mesmo que a Líbia produz hoje.

No Brasil é fácil os ricos ficarem mais ricos.