A suspeita de que muitos atentados contra a população civil xiita eram obra dos próprios ocupantes foi confirmada quando policiais iraquianos prenderam em Basora (principal cidade do Sul do Iraque) dois homens com roupas árabes, armas e explosivos (evidentemente, prestes a realizar um atentado) que se identificaram como membros do serviço secreto britânico.

Presos, foram violentamente liberados por soldados e tanques britânicos, que derrubaram o portão da delegacia. Essa ação gerou uma reação popular. As pessoas atacaram os britânicos e incendiaram um dos tanques. No dia seguinte, uma manifestação, com a participação inclusive de policiais iraquianos uniformizados, exigiu a retirada das tropas britânicas, principal força imperialista da região. Até o próprio governador da província foi obrigado a pedir a retirada das tropas.

Al Qaeda e Eua

A política da Al Qaeda no Iraque (atacar a população civil xiita) coincide com os objetivos dos EUA. Essa mesma avaliação é feita pela Campanha Estatal contra a Ocupação e pela Soberania do Iraque, organização de apoio à resistência iraquiana, que edita o boletim eletrônico IraqSolidaridad. Em sua declaração, “Al Qaeda e os EUA, uma mesma estratégia contra o povo iraquiano e sua resistência (15/9/05)“, afirma: “A lógica da Al Qaeda e dos ocupantes é idêntica e se retroalimenta: converter ante a opinião pública externa e o próprio povo iraquiano a legítima resistência à ocupação (também a armada) em terrorismo indiscriminado e setário, converter uma genuína guerra de liberação em uma guerra civil entre comunidades.(…) Independente de quem está por trás dessas ações atribuídas à Al Qaeda, o certo é que parecem antecipar o projeto de divisão social e territorial do Iraque que a nova Constituição, se for aprovada, consagraria de fato.”

Milhares contra a guerra

No sábado, dia 24 de setembro, “milhares de manifestantes ocuparam Washington em protesto contra a guerra no Iraque” (segundo a agência Reuters) e exigiram que Bush “traga as tropas de volta para casa”.

Os organizadores estimaram em mais de 100 mil participantes nesse que foi o mais importante ato contra a guerra do Iraque já realizado no país. Cindy Sheeman, mãe de um soldado morto no Iraque (que acampou durante semanas diante da fazenda de Bush no Texas) disse que “precisamos de um movimento do povo para terminar com essa guerra”. Alguns cartazes expressavam que “Bush é um desastre categoria 5”, em alusão ao furacão Katrina, que devastou Nova Orleans.

Poucas horas antes, a polícia londrina estimou em 10 mil o número de manifestantes que exigiram do governo Tony Blair a retirada das tropas britânicas do Iraque. A marcha foi liderada por pais de soldados mortos na guerra.

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