Enquanto negocia o pagamento da dívida externa, essa grande amarra contra o povo argentino, e afunda ainda mais o país no desemprego e na crise econômica, o governo Kirchner mantém atrás das grades, há três meses, os seis piqueteiros cujo único “crime” foi participar de uma manifestação por emprego na cidade de Caleta Olivia, sul da Argentina. Desde a sua prisão, teve início em várias partes do mundo uma campanha por sua libertação.

Com a realização de atos públicos ou em locais de trabalho e a coleta de assinaturas em abaixo-assinados que estão sendo enviados à Justiça e ao governo argentinos, os partidos da LIT (Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional) vêm fazendo grandes esforços para conseguir a liberação dos presos. No dia 20 de dezembro realizaram-se em várias partes do Brasil (Belém, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre) atos em frente a consulados da Argentina. Em Brasília, integrantes do Comitê Pela Libertação dos Presos Políticos de Caleta Olivia entregaram ao embaixador argentino um abaixo-assinado com milhares de assinaturas de trabalhadores, parlamentares, personalidades e sindicatos. Fernando Solanas, cineasta argentino e Antonio Candido, intelectual renomado brasileiro, foram algumas das personalidades que assinaram o abaixo-assinado. Centenas de ativistas sindicais fizeram o mesmo e, inclusive, participaram da campanha pedindo apoio e solidariedade aos presos.

Mas até agora Kirchner se mantém irredutível. Por isso, é preciso continuar a campanha, ainda com mais empenho. Ajudará nesse sentido a presença, no Fórum Social Mundial, de uma comissão de representantes dos presos, que participará dos Encontros da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) e da Coordenação de Lutas dos Movimentos Populares (CLMP). Eles vêm ao Brasil para buscar apoio para prosseguir na luta pela liberdade dos companheiros argentinos.
Post author Jerônimo Castro, de São Paulo
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